Brasil é considerado burocrático por 84% da população, indica pesquisa
De acordo com levantamento, 75% das pessoas acreditam que o excesso de burocracia pode ser prejudicial e um mecanismo de estímulo à corrupção
Por Brasil Econômico | * |
Cerca de 84% da população considera o Brasil um País burocrático, de acordo com pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os que consideram o País pouco burocrático somaram apenas 9% do total.
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Segundo o levantamento, 75% das pessoas acreditam que o excesso de burocracia pode ser prejudicial e um mecanismo de estímulo à corrupção. Outros 78% consideram que os entraves dificultam o desenvolvimento do País e 77% a compra de bens. A pesquisa foi realizada em duas frentes: foram ouvidas 1200 pessoas em todo o Brasil e 452 indústrias no estado de São Paulo.
Ainda segundo o estudo, para 65% das pessoas entrevistadas, o combate à burocracia deve ser priorizado, com a adoção de medidas como a redução da quantidade de leis e normas vigentes, a definição de datas para mudança de suas regras ou de sua aplicação, a simplificação da linguagem e a comunicação dos custos que as novas regras devem gerar. Aqueles que concordam que o governo tem sido capaz de implementar políticas de desburocratização são 36%.
Entre as principais dificuldades causadas pelo excesso de burocracia , foram listados o acesso à Justiça (61%), a realização de reclamação em órgãos de defesa do consumidor (56%) e a solicitação ou cancelamento de serviços de água, luz, telefonia, internet, entre outros serviços.
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Indústrias
Das 452 empresas participantes da pesquisa, 83,2% disseram que o alto custo brasileiro já foi impeditivo para o início ou a expansão de seus negócios. Para 90,2%, o excesso de burocracia dá espaço para a corrupção e para 94,7%, dificulta o desenvolvimento econômico e o ambiente de negócios. Aqueles que consideram que a burocracia tem impacto na competitividade das empresas são 91,4%.
Já para 71,5%, o governo não tem sido capaz de implementar políticas de desburocratização e 52,4% acham que não há espaço para manifestação quando há mudanças importantes nas leis e políticas que afetam o setor privado. Por isso, 75,3% consideram que as federações e associações empresariais são importantes para melhorar a relação entre a burocracia estatal e o setor privado.
Além disso, a pesquisa aponta ainda que 84,3% das empresas responderam que os principais impactos da burocracia sobre as empresas são o aumento do custo de gestão dos processos empresariais, 69,5% o aumento excessivo das estruturas não ligadas diretamente à produção, e 48,2% o aumento de ações judiciais ou administrativas por erros no cumprimento das obrigações (48,2%).
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Com a intenção de facilitar procedimentos e reduzir gastos com burocracia no Brasil, as empresas indicaram como medidas a que redução da quantidade de normas existentes (82,5%), a simplificação da linguagem (64,8%) e a informação de quanto as nova regra custará para o País (36,1%). Para criar um ambiente mais propício aos negócios, elas sugerem evitar a apresentação de informações repetidas ao governo (74,1%), criar um registro único de regularidade fiscal (63,7%) e estabelecer prazos máximos para que um requerimento seja concedido (42,7%).