Inteligência Artificial precisa ser mais humana, diz pesquisadora do Google
“Como ela é muito centrada na tarefa, carece de consciência contextual e falta o tipo de aprendizagem flexível que os humanos possuem", argumenta
Por Brasil Econômico | * |
Uma das principais empresa que se concentram na criação de Inteligência Artificial (IA) é o Google. A companhia vem desenvolvendo a IA ao longo de anos, o que pode ser visto em alguns de seus produtos atuais: o Google Assistant, que veio para smartphones Android em fevereiro; IA sofisticando o mecanismo de pesquisa; e o alto-falante inteligente do Google Home. O avanço pode não ser tão inteligente ainda, mas tem o potencial de alcançar um ponto em que é mais inteligente do que a pessoa média que interage com ele.
Leia também: Quanto vale suas informações genéticas? Startup transforma dados em negócio
Para chegar a esse ponto, no entanto, a IA pode precisar se tornar mais humana. Pelo menos, é o que a cientista-chefe da Google Cloud e diretora da Inteligência Artificial Stanford e Vision Labs, Fei-Fei Li, acredita. Ao fazê-lo, a IA seria mais capaz de melhorar nossas vidas e de nos proporcionar tranquilidade.
Em uma entrevista concedida ao editor sênior da MIT Technology Review, Will Knight, Li explicou que pensar sobre o impacto da IA no mundo é um dos fatos mais importantes em relação à tecnologia e que seu trabalho com a IA revelou uma coisa: os desenvolvimentos futuros e os avanços precisam ser mais centrados no ser humano.
Leia também: Americano Richard H. Thaler leva Nobel de economia ao estudar comportamento
Melhor desenvolvimento de IA
“Se você olhar para onde estamos na IA, eu diria que é o grande reconhecimento de padrões”, ela disse. “Como ela é muito centrada na tarefa, ainda carece de consciência contextual e falta o tipo de aprendizagem flexível que os humanos possuem. Nós também queremos fazer uma tecnologia que melhore a vida dos seres humanos, nosso mundo mais seguro, nossas vidas mais produtivas e melhores. Tudo isso requer uma camada de comunicação e colaboração a nível humano”.
Você viu?
Os primeiros sinais de comunicação e colaboração já podem ser vistos, embora seu verdadeiro impacto ainda não tenha sido visto. Em julho, por exemplo, a DeepMind do Google revelou que começou a desenvolver IA com imaginação, permitindo que ele pensasse em decisões e planejasse o futuro sem a entrada humana.
No começo desse mês, a DeepMind afirmou que a sua nova IA está à beira de poder imitar o discurso humano, enquanto a câmera Google Clipes recentemente lançada – alimentada por IA – é capaz de tirar fotos para você, eliminando a necessidade de aguardar o momento “perfeito”.
“Se os nossos algoritmos desenvolvem comportamentos igualmente sofisticados, eles também devem ter a capacidade de ‘imaginar’ e argumentar sobre o futuro”, disseram os pesquisadores da DeepMind. “Além disso, eles devem ser capazes de construir um plano usando esse reconhecimento”.
Os próprios pensamentos de Li quase ecoam para a DeepMind, pois também acredita que a IA precisa poder pensar e agir por si. Para este fim, ela disse que a pesquisa futura realizada deve focar no “entendimento contextual”, bem como “abstração do conhecimento e raciocínio”.
Leia também: Inteligência artificial será instalada em cinemas para desvendar ações humanas
IA que representa a humanidade.
A diversidade também precisa desempenhar um papel fundamental. Como Li explicou, estudos mostraram que uma equipe diversificada leva a soluções mais criativas e inovadoras. A IA também não pode ser tendenciosa ou influenciada pelas partes, moralmente questionáveis da humanidade, caso contrário sua adoção e incorporação podem dificultar a alguns grupos de pessoas sobre outras.
“Quando você está tomando uma tecnologia tão penetrante e importante para a humanidade, quer que ela carregue os valores de toda a humanidade e sirva às necessidades de toda a humanidade”, disse Li ao que completou: “Se os desenvolvedores dessa tecnologia não representarem todos os setores da vida, é muito provável que esta seja uma tecnologia tendenciosa. Digo isso como tecnóloga, pesquisadora e mãe. E precisamos estar falando sobre isso de forma clara e ruidosa”.
Espera-se que a inteligência artificial, não só do Google, mude radicalmente o mundo, e certamente seria do nosso melhor interesse se todos pudessem se beneficiar disso.
*Com tradução de futurism.com