Regulamentação da publicidade infantil faz anunciantes perderem 13% em vendas
O varejo foi o mais impactado com a queda de faturamento após a criação de regras mais rígidas quanto ao conteúdo direcionado ao público infantil; veja
Por Brasil Econômico | (*) |
A publicidade infantil gera muita divergência e com a maior regulamentação do que é veiculado fez com que empresas que vendem produtos e serviços para crianças registrassem queda de 13% na receita após a proibição de ações de marketing.
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O dado foi apurado por meio de pesquisa feita pelo The Economist Intelligence Unit, a pedido do Instituto Alana, ONG que atua para garantir o direito à infância. Foi identificado que o varejo composto por redes de fast foods, alimentos vendidos em supermercados, bebidas infantis, brinquedos, roupas, entre outros nichos de mercado que usavam a publicidade infantil para aumentar as vendas.
No Brasil desde 2004 existem regras rígidas quanto ao conteúdo direcionado ao consumidor infantil. Resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) indica quando uma ação pode ser enquadrada como publicidade abusiva. O Código de Defesa do Consumidor também proíbe a publicidade que se aproveita da deficiência de julgamento e da experiência da criança.
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A economista e consultora do The Economist Intelligence Unit, Romina Bandura, explica que a publicidade tem os dois lados da moeda e quando não é regulamentada, faz surgir problemas comportamentais nas crianças. “As crianças ficam perturbando os pais para comprar algo e isso pode levar a brigas, ao materialismo, que está ligado à baixa autoestima. Há discussões sobre bullying de marca, quando uma criança tem determinado produto e a outra não. Isso afeta as crianças”, disse.
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Quando o Brasil passou a restringir o conteúdo, problemas comportamentais e de saúde, como a obesidade infaltil, foram reduzidos. “São benefícios que superam os custos decorrentes da proibição”, afirmou ela.
Pode ter publicidade
Na opinião da diretora do Instituto Alana, Isabella Henriques, a publicidade de produtos infantis pode existir, desde que seja voltada aos pais e não direcionada ao público infantil. “Nesse aspecto, as perdas com o mercado podem ser menores. A criança entende a mensagem 'compre esse produto, porque você vai ser mais feliz', e realmente entende que ela precisa daquele produto. Se a publicidade falar diretamente com o público infantil, será abusiva”, enfatizou a especialista.
A consultora do The Economist Intelligence Unit , Romina Bandura, alertou agora par a prática de fazer publicidade infantil na internet. “São impactos que não conseguem ser mensurados. Na internet, temos poucos dados sobre como os novos meios estão impactando as crianças. É difícil de ser monitorado e regulado. O Brasil, por exemplo, está em quarto lugar nos acessos ao youtube", concluiu a especialista.
*Com informações da Agência Brasil
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