Financiamento de automóveis: Proteste dá quatro dicas para fugir de armadilhas
Associação indica para o consumidor que saiba os custos com IOF, CET e demais taxas ao contratar crédito em montadoras ou bancos; entenda
Por Brasil Econômico |
Muitos brasileiros sonham em ter um carro. As horas exaustivas dentro do transporte público e a superlotação do mesmo afloram esse desejo, não é mesmo? Porém, é necessário planejamento para a aquisição do bem, além de entender que as despesas mensais terão aumento significativo com a inclusão de gastos com combustível e estacionamento. Isso sem falar quando o carro é adquirido por meio de financiamento.
Leia também: Aplicativo colaborativo ajuda consumidor à economizar na hora da compra, confira
Os fatos mencionados não servem para desencorajar o consumidor de adquirir o bem, e sim para que ele tenha planejamento financeiro para não entrar em uma furada, em especial, no tipo de financiamento que será escolhido para a compra.
Para explicar ao consumidor as etapas para financiar um automóvel, os juros do empréstimo e demais peculiaridades da contratação de crédito ofertado por montadores e concessionárias, a Proteste – Associação de Consumidores buscou dados junto a quatro montadoras de carros e oito bancos.
Foi identificado variação nos custos da contratação de crédito em um mesmo modelo de automóvel. O valor foi superior a R$ 4.500 ao final do contrato. “Para descobrir, de fato, o valor que vai pagar, não basta conferir os juros e as parcelas, o consumidor precisa ficar atento ao Custo Efetivo Total (CET) do financiamento, que mostra as taxas inclusas, além dos juros, como Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), tarifa de cadastro e seguros. Os bancos e as lojas não costumam divulgar esses custos, mas o consumidor deve exigi-los”, explicou a associação.
Para ajudar quem está prestes a comprar um automóvel, a Associação listou quatro dicas para não ter dor de cabeça após ter o contrato assinado:
Dê dinheiro de entrada
Quanto maior for o valor da entrada para aquisição do bem melhor. Ao ter uma entrada substanciosa, o consumidor tem maior poder de barganha com o vendedor e a concessionária. Um das dicas da Proteste para ter bons descontos na hora da compra é contratar o crédito no banco de sua confiança e quanto tiver o dinheiro em mão, pagar o carro à vista na concessionária .
Você viu?
Leia também: Cinco dicas para acabar com as dívidas e organizar as finanças pessoais
“taxa zero” = desconfiança
Muitas montadoras atraem o consumidor com promoções de “taxa zero”, afirmando que o consumidor terá isenção de taxas na contratação do crédito. Entretanto, segundo a Proteste essa promoção não existe, uma vez que existem custos em transações financeiras. Nesses casos a orientação é prestar muita atenção nas letras miúdas dos contratos para evitar dor de cabeça posterior.
“Para acabar logo com a dúvida, pergunte ao vendedor qual seria o desconto obtido no pagamento à vista na compra desse carro que poderia ser financiado com taxa zero”, orientou a entidade de defesa do consumidor.
Foi explicado ainda que o juros pode até ser isento em determinados contratos, mas os custos com o CET não. Logo, as taxas devem estar inclusas no valor do automóvel e do crédito a ser contrato, sendo de extrema importância ao consumidor ler todas as cláusulas do contrato.
Outro ponto de atenção é que para participar de promoções como esta, as empresas exigem que o consumidor pague à vista 60% do valor do automóvel, com prestações menores, de até 24 meses.
Pesquise o CET
Em sua pesquisa com bancos e montadores, a Proteste encontrou variação significa no Custo Efetivo Total (CET) e segundo a entidade, saber esse valor ajudará a entender em qual local é mais vantajoso fazer a compra.
“Ao financiar, em 24 vezes, 60% de um Ford Ka SE 1.0 em uma concessionária da montadora, em Campinho (bairro do Rio de Janeiro), o CET é de 17,57% ao ano. Já na Tijuca, sobe para 29,81% ao ano. Isso significa uma parcela de R$ 1.178 no primeiro caso e de R$ 1.297, no segundo. E se ainda escolher a alternativa mais cara para esse perfil, que é no Bradesco, com CET de 37,79%, as parcelas vão chegar a R$ 1.372,26. Assim, ao final do financiamento, você terá pago a mais R$ 4.662,24”.
Custos extras
Como já afirmado, ao contratar um financiamento de automóvel o consumidor deve ter em mente o quanto isso comprometerá a sua renda, já que é um “relacionamento” de longo prazo. Isso porque há outros custos envolvidos na manutenção de um carro. Além da prestação, leve em conta, por exemplo, o Imposto sobre Veículos Automotores ( IPVA ), seguro, combustível e eventuais consertos como as revisões previstas no manual do carro e que são obrigatórias para validade da garantia.
Leia também: Conheça o Favela Business, canal que incentiva o empreendedorismo nas periferias