Falta de estrutura e treinamento são principais desafios enfrentados por PCDs
Cerca de 62% dos trabalhadores com deficiência já enfrentaram algum problema em relação ao mercado de trabalho, diz Vagas.com e Talento Incluir
Por Brasil Econômico |
De acordo com o Ministério do Trabalho, em 2014, apenas 39,5% das vagas do mercado de trabalho garantidas pela Lei de Cotas às pessoas com deficiência (PCDs) foram preenchidas. O motivo? Falta de estrutura nas empresas para atender às necessidades desses trabalhadores e a faltas de treinamento especializado compõem o panorama de problemáticas.
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O cenário é comprovado com a pesquisa de 2016 do Vagas.com e da Talento Incluir que apuraram, que 62% dos trabalhadores com deficiência já enfrentaram algum problema em relação ao mercado de trabalho . Sendo que 66% relataram a existência da falta de oportunidade, 40% disseram que os salários são baixos, 38% avalia a ausência de plano de carreira e 18% cita a acessibilidade precária nas empresas.
A superação – em parte e totalmente – desses pontos citados contribuiu para que em 2015 houvesse crescimento de 5,75% nos postos de trabalho assumidos por PDCs. A elevação também foi consequência do aumento de fiscalização do Ministério do Trabalho .
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Limitação
Embora os anúncios de vagas estejam disponíveis nos sites, o raio de alcance é limitado, uma vez que a divulgação não tem como foco atender, especificamente, as pessoas com deficiência.
A falta de conscientização é um dos pontos que mais contribui para que a força produtiva de trabalho seja reduzida, uma vez que reabilitar essas pessoas para o trabalho atingiria diretamente 24% da população, o que equivale a 45 milhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Fábia Silva é responsável pela Gestão de Pessoas da IMC Saste que está em parceria com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) para contratar jovens aprendizes. “Ao apoiar a APAE, a IMC Saste fortalece o desenvolvimento dos seus programas de profissionalização e, ao mesmo tempo, contrata funcionários PDCs mais aptos a exercerem cargos com diferentes qualificações, além de estimular o convívio de todos com a diferença, combatendo a intolerância e o preconceito”.
A atitude faz com que a confiança e a autoestima dessas pessoas sejam elevadas, e também contribui para a implementação de uma cultura de empatia no ambiente de trabalho, visto que a postura da empresa diante dessa questão fica refletida na sua rotina.
De acordo com o Vagas.com e a Talento Incluir, 57% das pessoas com deficiência entrevistadas disseram que já foi alvo de bullying no ambiente de trabalho. “Assim, só um estreitamento das relações entre o setor público, privado e a sociedade civil podem gerar uma mudança significativa nesse cenário do mercado de trabalho, pois o que os PDCs mais necessitam é de investimento em seu trabalho e de uma cultura nas empresas em prol da empatia”, finaliza Fábia.
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