Entidades do setor produtivo criticam alta de impostos nos combustíveis

O anúncio foi feito na quinta-feira (20) por meio de nota oficia do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles e do Planejamento, Dyogo Oliveira; entenda

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou ontem os novos valores de impostos para os combustíveis. Entidades fazem duras críticas a medida do governo
Foto: Gustavo Raniere/MF - 12.7.17
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou ontem os novos valores de impostos para os combustíveis. Entidades fazem duras críticas a medida do governo

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Na opinião da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e do Estado de São Paulo (Fiesp), o governo deveria ter procurado outras alternativas para evitar o aumento dos impostos , onerando ainda mais a indústria no País.

Na página oficial da Fiesp , o presidente da entidade Paulo Skaf , afirmou que essa medida não vai resolver a crise econômica que persiste no País. “Ministro [da Fazenda, Henrique Meirelles], aumentar imposto não vai resolver a crise; pelo contrário, irá agravá-la bem no momento em que a atividade econômica já dá sinais de retomada, com impactos positivos na arrecadação em junho. Aumento de imposto recai sobre a sociedade, que já está sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem condições gerais de consumo”.

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Ainda segundo Skaf, uma das soluções que deveria ser perseguida pelo governo de Michel Temer seria o corte nos gastos públicos e em medidas de melhoria da gestão do Estado. “Todos sabem que o caminho correto é cortar gastos, aumentar a eficiência e reduzir o desperdício”, disse. Ele enfatizou ainda que a entidade e sua opinião é apartidária e independente de governos. 

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Mais críticas

A opinião da CNI vai de encontro com a da Fiesp. Também em nota, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, criticou o anúncio e afirmou que a medida trará prejuízos aos consumidores e as empresas que aqui operam. “A elevação dos tributos drena recursos do setor privado para o setor público. Provoca o aumento dos custos das empresas e reduz o poder de compra das famílias, o que prejudica o crescimento da economia”.

A concentração dos esforços no controle e equilíbrio das contas públicas deveria ser foco do governo e não aumentar a carga tributária, que já é bem alta no Brasil.  A entidade aproveitou a oportunidade para solicitar que o governo acelere as reformas estruturais e se dedique a aprovação da reforma da Previdência Social. Segundo a CNI, somente as reformas restabelecerão a confiança dos empresários e dos consumidores e farão a economia recuperar-se.

No mesmo tom das demais entidades produtivas, a Firjan defendeu que "a saída para a crise fiscal não passa por mais aumento de impostos, mas na adequação dos gastos públicos ao novo cenário econômico e na urgência da aprovação da reforma da Previdência ”, disse em nota oficial. 

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