Condenação de Lula intensifica queda e dólar chega ao menor valor em dois meses
Apesar de já ter iniciado dia em baixa, dólar comercial teve ritmo de queda intensificado após a publicação da sentença e chegou ao valor de R$ 3,208
Por Brasil Econômico |
O mercado financeiro reagiu de forma imediata à condenação em primeira instância do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e seis meses de prisão. Após a divulgação da sentença, no início da tarde, o dólar despencou e fechou na menor cotação em quase dois meses.
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Mesmo que já tivesse começado o dia em baixa, o dólar comercial intensificou o ritmo de queda após a publicação da sentença, às 13h50. A divisa fechou o dia vendida a R$ 3,208, no menor valor desde 17 de maio, véspera da divulgação das gravações do empresário Joesley Batista. Esse foi o quarto dia seguido de queda da moeda norte-americana.
O dia também foi de ganhos na bolsa de valores . O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, que operou em alta durante toda a manhã, disparou depois da divulgação da sentença do juiz Sergio Moro e fechou em alta de 1,57%, aos 64.836 pontos. Esse também foi o maior nível desde 17 de maio.
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As ações mais negociadas foram as da Petrobras, que lideraram a alta. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) subiram 3,9%, para R$ 13,58. As ações preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) subiram 4,65%, para R$ 12,94.
Condenação
A condenação aplicada pelo juiz federal Sérgio Moro se deu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão é relativa ao processo que investigou a compra e a reforma de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. Lula pode recorrer da decisão em liberdade.
Moro afirma, em sua decisão, que as reformas executadas no apartamento pela empresa OAS provam que o imóvel era destinado ao ex-presidente.“Nem é necessário, por outro lado, depoimento de testemunhas para se concluir que reformas, como as descritas, não são, em sua maioria, reformas gerais destinadas a incrementar o valor do imóvel, mas sim reformas dirigidas a atender um cliente específico e que, servindo aos desejos do cliente, só fazem sentido, quando este cliente é o proprietário do imóvel", diz o juiz. Com a condenação, é possível que haja impactos econômicos que vão além da queda do dólar, como uma elevação nos investimentos , por exemplo.