Proposta da Kroton para comprar a Estácio é reprovada no Cade; entenda
Para conselheiros, propostas das empresas não eram suficientes para afastar riscos em relação à falta de concorrência em oito cidades brasileiras
Por Brasil Econômico | * |
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Os outros cinco conselheiros entenderam que as propostas apresentadas pelas empresas e pela relatora não eram suficientes para afastar riscos identificados durante a análise do ato de concentração. A compra da Kroton pela Estácio foi aprovada pelos acionistas em agosto de 2016. No entanto, um parecer emitido pela Superintendência-Geral do Cade em fevereiro deste ano apontava que o ato ofereceria riscos à concorrência.
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De acordo com o relatório, a junção também não contaria eficiências específicas e verificáveis que possam ser repassadas ao consumidor. Para a própria relatora do caso, a compra da Estácio geraria problemas por conta da falta de rivalidade suficiente em oito cidades: Macapá, Campo Grande, Niterói, São José (SC), Santo André (SP), São Luís, Belo Horizonte e Brasília.
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Na modalidade de ensino a distância (EAD), Cristiane apontou que a Kroton já possui 37% do mercado e passaria a deter 46% caso a operação fosse aprovada sem ressalvas, aumentando sua capilaridade nacional. Votaram contra a fusão o presidente do Cade , Alexandre Barreto de Souza, e os conselheiros Gilvandro Araújo, Alexandre Cordeiro, João Paulo de Resende e Paulo Burnier da Silveira.
Criada em 1966 como um curso pré-vestibular na cidade de Belo Horizonte, a Kroton se transformou em uma das maiores organizações educacionais privadas do Brasil e conta com cerca de 290 mil alunos de educação básica, 1 milhão no ensino superior, 53 mil em cursos não-regulares e 667 polos de ensino a distância distribuídos por todo o País.
Já a Estácio foi fundada em 1970, no Rio de Janeiro, como uma faculdade de direito. Atuando somente no ensino superior, a instituição contava, em março deste ano, com quase 561 mil alunos matriculados em cursos presenciais e à distância de graduação e pós-graduação, e com 95 campi espalhados em 22 estados brasileiros e no Distrito Federal.
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Em nota, a Kroton afirmou que respeita a decisão do Cade e que, portanto, "as companhias seguem atuando de maneira independente", ainda que, durante o processo, tenha dedicado os melhores esforços para encontrar meios de viabilizar a operação". A Estácio, por sua vez, divulgou um fato relevante ao mercado informando que, diante da desaprovação do Cade, a operação de fusão tornou-se sem efeito.
* Com informações da Agência Brasil.