Negócios: veja cinco motivos para você abrir uma empresa o mais rápido possível
Para especialista, taxas de falência e inadimplência mostram que brasileiros podem investir no empreendedorismo como alternativa para o desemprego
Por Brasil Econômico |
A atual situação da economia faz com que milhares de vagas formais de trabalho sejam fechadas. Por este motivo, muitos brasileiros têm investido no empreendedorismo como forma de gerar renda. Em 2016, por exemplo, o número de empresas abertas no País atingiu o melhor resultado desde 2010. Segundo levantamento do Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas, foram criados cerca de 1,7 milhão de novos negócios .
Ao mesmo tempo, o número de novos registros como Microempreendedor Individual (MEI) nos dez primeiros meses do ano passado ficou em 1,344 milhão ante 1,290 milhão do mesmo período de 2015. Pensando neste cenário, o gerente da Prime Contabilidade, Gabriel Moretti listou cinco motivos para você se tornar um empreendedor o mais rapidamente possível. Segundo ele, por causa da crise e, não apesar dela, os brasileiros podem investir em seus próprios negócios . Confira:
1) Queda no número de falências
Os pedidos de falência no Brasil registraram queda no acumulado entre janeiro e maio, na comparação com o mesmo período de 2016. Segundo dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), o número de empresas fechadas caiu 8,4% neste intervalo. "Este é um bom sinal, já que, em 2016, uma pesquisa do IBGE mostrou que seis entre dez empresas brasileiras fecham em menos de cinco anos de atividade", lembra Moretti. "Um dado alarmante. Mas, com esta desaceleração no número de falências em 2017, a economia do país tende a ficar mais aquecida".
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2) Cursos de capacitação
Apesar dos números favoráveis para quem deseja empreender, o executivo ressalta que as pessoas precisam se preparar antes de abrir uma empresa. Para isso, não faltam cursos de capacitação oferecidos por associações e órgãos públicos. "A cada dia que passa, o mercado se torna mais competitivo. Isto porque as pessoas têm se capacitado mais, graças ao grande número de treinamentos que há atualmente", argumenta.
Para Moretti, independente do setor de atuação, é fundamental que o empresário estude e se atualize. "O mundo é muito dinâmico e o empreendedor precisa acompanhar o seu ritmo", afirma. "Há vários cursos baratos – até mesmo gratuitos –, online e nas mais diversas áreas. Basta fazer uma pesquisa e encontrar o treinamento que mais se encaixa ao seu perfil, orçamento, setor e à sua agenda".
3) Inadimplência estável
Ao mesmo tempo em que os indicadores de falência estão caindo, os números de inadimplência estão estáveis em um nível aceitável. Pesquisas realizadas recentemente pela Boa Vista SCPC , apontam que o não-pagamento de despesas de consumidores e empresas não tem apresentado elevação. Em alguns casos, os índices até apresentaram uma leve queda.
O indicador do registro de inadimplência do consumidor apresenta queda de 0,2% no acumulado entre janeiro e maio deste ano. Já na comparação entre os meses de abril e maio, a retração foi ainda mais acentuada: 3,8%. As regiões que apresentaram a maior retração foram o Sudeste (-1,9%) e Nordeste (-1,3%).
Outro levantamento da Boa Vista SCPC mostra que a taxa de inadimplência entre empresas em 2017 será semelhante à de 2016, de acordo com a visão de 69% dos empreendimentos consultados. No primeiro trimestre deste ano, o Indicador de Inadimplência de Empresas caiu 0,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O indicador de tendências também mostrou desacelerações até o 1º trimestre deste ano.
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"Por causa da crise, os brasileiros estão mais cautelosos, gastando de maneira mais consciente para não ficarem negativados. Isto também é positivo para o empreendedor, pois a chance de tomar um calote é menor", justifica Moretti. "Com vendas mais seguras, o empresário se sente mais tranquilo para realizar investimentos, fazendo a economia girar".
"É bom lembrar que o empreendedor tem meios para consultar o histórico de seu cliente, bem como, o risco de se fazer um negócio com ele. Sempre faça uma análise de crédito antes de realizar transações comerciais”, recomenda.
4) Menos burocracia
Os empreendedores sempre reclamaram da burocracia necessária para abrir e fechar uma empresa no país. Apesar disso, nos últimos anos, a adoção de algumas medidas permitem reduzir as exigências durante processos deste tipo. Um exemplo de iniciativa que visa descomplicar a rotina de empreendedores é o programa " Bem Mais Simples ", implantado pelo governo federal em 2015.
Com ele, é possível economizar tempo e dinheiro na abertura de negócios, já que não há formalidades e exigências que se tornaram desnecessárias com a internet. Além disso, o programa unifica o cadastro e a identificação do cidadão, permite acesso a diferentes serviços públicos em apenas um lugar e não exige informações que o governo já possui. "No Estado de São Paulo, algumas cidades aderiram a um programa estadual chamado ' Via Rápida Empresa '", lembra Moretti.
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Neste caso, o programa analisa a viabilidade de abertura de um empreendimento em até 48 horas. "É mais uma ferramenta que facilita a vida do empresário e incentiva o empreendedorismo”, destaca.
5) Possibilidade de realizar negócios no exterior
Aliada à facilidade de abrir um empreendimento se comparado a um passado recente, está o apoio oferecido para os empresários explorarem o mercado externo. Segundo Moretti, esta contribuição é algo fundamental em tempos de crise. Em São Paulo, por exemplo, há uma iniciativa " SP Export ", mantida pelo Investe SP, orgão vinculado ao governo estadual.
O programa é conhecido como " Poupatempo do Exportador " e simplifica e estimula as negociações entre empresas brasileiras e marcas estrangeiras. "É imprescindível que haja contato com as novidades que norteiam o empreendedorismo em todo o mundo. Só assim, o empresário brasileiro terá mais oportunidades de driblar a crise interna", afirma Mortetti.
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"Além disto, competindo no exterior, o empreendedor estará, automaticamente, melhor preparado para as demandas nacionais", explica. Atualmente, entidades comerciais também organizam missões para vários países, possibilitando uma maior interação entre empreendedores do Brasil com novos negócios e empresários de outras nações. "São experiências enriquecedoras. Conhecimento nunca é demais. Sempre que houve a oportunidade de realizar um networking , faça. Sua marca só tem a crescer", completa.