De sargento a empreendedor: conheça Renato Saraiva, fundador do CERS
Com uma trajetória pouco comum, Saraiva fundou o Complexo de Ensino Renato Saraiva (CERS) em 2009, a fim de oferecer cursos online e presenciais
Por Mayara Rozário | - Brasil Econômico |
Inquietação, vontade de ajudar os outros e uma maior autonomia. Foram esses três fatores que levaram Renato Saraiva, de 40 anos, a percorrer uma vasta e diferente carreira profissional até se tornar um empreendedor, com a criação do Complexo de Ensino Renato Saraiva (CERS), uma rede online e presencial de cursos voltados para concursos públicos, em especial para o mundo jurídico.
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Com uma trajetória pouco comum, o fundador do CERS passou toda a sua infância em Vigário Geral, região Norte do Rio de Janeiro, onde concluiu os ensinos fundamental e médio somente em escolas públicas. Por conta da vida humilde, enxergou no serviço militar uma oportunidade de constrir uma carreira estável, prestando concurso público para se tornar sargento da aeronáutica. Aprovado, mudou-se para São Paulo para exercer a função.
Com a vida financeira mais equilibrada, conseguiu cursar a sonhada faculdade de Direito, deixando a carreira como sargento devido à rotina rígida. Depois de formado, participou de outro processo seletivo para Oficial de Justiça da Justiça do Trabalho em Recife (PE), onde trabalhou como Procurador do Trabalho por oito anos até perceber que ainda não estava completamente realizado profissionalmente.
Mudança de carreira
Apesar do amplo conhecimento no universo jurídico e de concursos , Saraiva entrou no empreendedorismo sem a noção de que estava de fato empreendendo. Assim, vendeu o carro, juntou todas as economias, o que incluiu o dinheiro que ganhava com direitos autorais de seus sete livros, que têm como temáticas o direito do trabalho e o combate ao trabalho escravo. Levantando aproximadamente R$ 1 milhão, investiu no desenvolvimento do Complexo começando a dar aulas presenciais em Recife no ano de 2009.
Contudo, o negócio começou a mostrar seus obstáculos, sendo o lucro um dos grandes empecilhos para Renato. “No início ficamos no vermelho, principalmente com a barreira que os professores tinham em trabalhar para nós e para outros locais. Mas toda essa etapa foi importante para que eu buscasse fazer as coisas de uma forma diferente, pois sempre existirá alguém no mercado com mais recursos e com a mesma ideia”.
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Com as dificuldades ultrapassadas, migrando em sua maioria para o virtual, atualmente o Complexo está presente em 13 capitais. Com um faturamento de R$ 80 milhões em 2016, o grupo estima chegar a R$ 89 milhões até o final de 2017. Estimulados a sair da zona de conforto por conta da concorrência, houve no ano passado, a criação de uma escola conceito que mescla ensino digital, aulas particulares e cabines de estudo presenciais para os cursos à distância.
Além disso, o grupo ampliou sua atuação no mercado educacional, com os cursos online, a Pós-Graduação em parceria com a Universidade Estácio de Sá, o Centro de Estudos – que conta com cabines de estudo individuais, biblioteca jurídica, serviços de coach, além de conteúdos exigidos no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – e o Corporativo. No total, há mais de três mil cursos online, correspondentes a quase 187 mil horas de aulas gravadas.
Projetos futuros
Com a criação do Centro de Estudos, Saraiva também identificou uma grande oportunidade para efetuar novos negócios no sistema de franchising . Hoje, o CERS conta com 25 franquias e cerca de 100 mil alunos. No que se diz respeito aos projetos futuros, o empreendedor afirma querer investir e potencializar os serviços de Graduação e Pós-Graduação à distância e abrir mais franquias por todo o Brasil.
*Com edição de Flávia Denone
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