Produção industrial recua em oito dos 14 locais avaliados pelo IBGE

De acordo o IBGE, Santa Catarina deteve o maior recuo, interrompendo quatro meses seguidos de bons resultados, com retração de 4% em março

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (9) uma queda na produção industrial nacional em oito dos 14 locais pesquisados na transição de fevereiro para março deste ano e na série com ajuste sazonal.  

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O destaque negativo foi de Santa Catarina, que interrompeu quatro meses seguidos de bons resultados, ao apresentar um recuo de 4% em março, acumulando expansão de 7%. Ceará também foi apontado pelo levantamento do IBGE como um dos responsáveis para a baixa no ritmo da produção industrial, com retração de 3,1%, assim como o Paraná, com queda de 2,9%, Minas Gerais, com 2,8% e Pará, com decréscimo de 2,7%.  Vale lembrar que estas taxas apresentaram quedas mais intensas do que a verificada em nível nacional, que foi de 1,8%.

IBGE aponta que no acumulado nos últimos 12 meses, o recuo foi de 3,8% em março deste ano para o total da indústria nacional
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IBGE aponta que no acumulado nos últimos 12 meses, o recuo foi de 3,8% em março deste ano para o total da indústria nacional

São Paulo, Rio Grande do Sul e Espírito Santo também apresentaram recuos de 1,7%, 1,2% e 0,7%, respectivamente. Enquanto o Nordeste permaneceu com o mesmo patamar de 0,0%. Em contrapartida, Amazonas deteve o melhor desempenho, com alta de 5,7%, o que anulou o recuo de 2,5% de fevereiro. As demais taxas positivas foram registradas pelo Rio de Janeiro, com 0,7%, Bahia, com 2% e região Nordeste, com 0,1%.

Na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria também apontou retração no trimestre encerrado em março frente ao nível de fevereiro, cessando a sequência de resultados positivos iniciada em dezembro do ano passado.

Em termos regionais, 10 locais mostraram recuos significativos, sendo eles Ceará, com queda de 2,8%, Pernambuco, com 1,5% e Pará, com 1%. Por outro lado, Goiás, Rio de Janeiro e Amazonas registraram os principais destaques positivos, com 2,3%, 1,3% e 1,3%, respectivamente.

Avanços

Se comparado a março de 2016, o setor industrial apresentou expansão de 1,1% no mesmo mês deste ano, com bons resultados em oito dos 15 locais integrantes a pesquisa.  Goiás, com 8% e Rio Grande do Sul, com 7,4%, detiveram os avanços mais significativos, sendo impulsionados principalmente pelo crescimento na produção dos setores alimentícios e máquinas e equipamentos.

Com taxas maiores do que a média da indústria de 1,1%, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo e Minas Gerais se destacaram no mês, com acréscimos de 6,1%, 5,9%, 4,9%, 2,4% e 2,4%, respectivamente.  São Paulo também registrou expansão na produção industrial, com alta de 0,9%.

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Em sentido contrário, Amazonas apontou o recuo mais proeminente, com queda de 7,3%, pressionado pelo comportamento negativo dos setores de bebidas e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. As demais taxas negativas foram registradas na Bahia, com 4,3%, Ceará, com 3,8%, Pará, com 2,6%, região Nordeste, com 2,5%, Pernambuco, com 0,8% e Mato Grosso, com recuo de 0,3%.

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Acumulado no ano

No que se diz respeito ao indicador acumulado para o período relativo a janeiro e março deste ano ante a mesma passagem de 2016, houve acréscimo na produção nacional de 12 dos 15 locais avaliados.

Os destaques positivos mais relevantes foram observados em: Goiás, com 6,6%, Santa Catarina, com 5,2%, Rio de Janeiro, com 4,8%, Paraná, com 4,6%, Pernambuco, com 4,2%, Espírito Santo, com 4% e Minas Gerais, com 3,6%. Rio Grande do Sul, com 1,9%, Amazonas, com 1,3%, Pará, com 0,6%, Mato Grosso, com 0,4% e São Paulo, com 0,1% completaram o conjunto de locais taxas positivas no fechamento do primeiro trimestre do ano.

De acordo com o levantamento, nesses lugares, o maior dinamismo partiu de fatores ligados à expansão na fabricação de bens de capital, principalmente nos voltados para o setor agrícola e para construção, de bens intermediários, de bens de consumo duráveis e de bens de consumo semi e não-duráveis.

Por outro lado, Bahia apresentou queda de 8,3%, com influência do comportamento desfavorável dos setores de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis e de metalurgia. Os demais resultados negativos foram observados na região Nordeste, com 2,5% e Ceará, com 2,2%.

No confronto do índice do último trimestre do ano passado, os resultados dos três primeiros meses de 2017 também evidenciaram sinais de aumento no ritmo produtivo, o que mostra um maior dinamismo, acompanhando o movimento do índice nacional, que passou de -3,3% para 0,6%.

Nesse mesmo tipo de embate, Goiás (de -9,7% para 6,6%) evidenciou o maior avanço, ao passar de -9,7% para 6,6%, assim como Espírito Santo, indo de -6,8% para 4%, Mato Grosso, de -8,2% para 0,4%, Minas Gerais, passando de -3,6% para 3,6%, Santa Catarina, de -0,8% para 5,2% e Pernambuco, ao avançar de -0,7% para 4,2%, enquanto o Pará apontou a maior perda no período, ao decrescer de 7% para 0,6%.

Taxa anual

 O IBGE ainda mostrou que em relação à taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, o recuo foi de 3,8% em março deste ano para o total da indústria nacional , permanecendo com a redução no ritmo de queda iniciada em junho de 2016, com 9,7%. Regionalmente falando, 14 dos 15 locais pesquisados registraram quedas em março, entretanto 13 deles mostraram maior dinamismo em seus resultados. Os principais ganhos de ritmo na passagem foram registrados por Pernambuco, ao passar de -3,4% para -1,4%, Espírito Santo, indo de -14,9% para -13% e  Rio Grande do Sul,  de -3,5% para -1,9%.

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