Apenas 16% do consumidor das classes C, D e E pouparam em fevereiro, diz SPC
De acordo com a pesquisa, a média poupada pelos entrevistados das classes A e B foi de R$ 588, enquanto que nas mais baixas, o valor foi de R$ 323
Por Brasil Econômico |
Nesta terça-feira (18) o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgaram uma pesquisa onde é apontado que apenas 16% do consumidor pertencente às classes C, D e E poupou parte da sua receita no mês de fevereiro. Enquanto que nas classes A e B, a porcentagem chegou a 34%.
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A justificativa do quadro, de acordo com a análise do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro, é que a significante diferença se deve ao fato de que quanto menor o orçamento do consumidor , maior é o gasto com elementos básicos.
A apuração constatou que a média guardada pelo brasileiro é de R$ 414. Sendo que na divisão das classes, as mais elevadas conseguiram poupar, em média, R$ 588, ao mesmo tempo em que o valor poupado pelas classes mais baixas é de R$ 323.
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Motivos
Entre as razões que levaram boa parte dos consumidores a não poupar em fevereiro estão a renda baixa, mencionada por 46% dos entrevistados. Elementos como imprevisto e ausência de receita foram citados igualmente por 13% dos pesquisados, além disso, 8% admitiu não conseguir controlar seus gastos, assim como 7% reconheceu não ter disciplina.
Com base nessas argumentações, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, considera que, de fato, a renda pode limitar a poupança do brasileiro, entretanto ressalta que o valor não precisa ser elevado, uma vez que o simples hábito de alimentar uma reserva financeira inibe o mau comportamento com os ganhos.
“Por outro lado, a mencionada falta de controle e disciplina, bem como a imprevidência com relação ao futuro, são comportamentos que podem trazer graves consequências para a vida financeira”, contrapõe a especialista. A fim de alertar o consumidor, Marcela frisa que a ausência de uma reserva pode levar a bancos e instituições financeiras, com juros elevados.
Cerca de 33% dos entrevistados poupam habitualmente pensando em imprevistos como doenças, mortes e problemas diversos. Já 28% e 26% afirmaram guardar parte da receita mensal, pois planejam respectivamente, um futuro melhor para a família e uma estabilidade em caso de desemprego.
Embora cotidianamente tenha se divulgado notícias referentes à reforma da previdência, apenas 13% dos consumidores que poupam têm essa motivação.
Poupadores
A pesquisa elaborada pelas entidades também destacou que 55% dos entrevistados que poupam utilizaram os recursos em fevereiro, enquanto que no mês anterior, a marca foi de 48%. Imprevistos e despesas extras foram os principais motivadores que fizeram o consumidor gastar parte das reservas, com respectivamente 11% e 12%.
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