Coreia do Sul revoga suspensão das importações de frango do Brasil
A BRF, fornecedora da Coreia do Sul, continuará a entrega de carne de frango ao país. Governo brasileiro terá de dar explicações aos países importadores
Por Brasil Econômico | (*) |
A Coreia do Sul revogou nesta terça-feira (21) a suspensão da importação de carnes, em especial a de frango, da BRF, segundo informações da agência de notícias Bloomberg. Na segunda-feira (20) o Ministério da Agricultura sul-coreano, após toda repercussão da operação Carne Fraca da Polícia Federal, informou que iria intensificar a fiscalização dos alimentos importados do Brasil e que exigiria de sua fornecedora um certificado de saúde emitido pelo governo brasileiro.
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A BRF, detentora das marcas Sadia, Perdigão e Qualy no Brasil, que foi citada na Operação Carne Fraca, afirmou em comunicado que a empresa não havia sido notificada da suspensão. “Diferentemente do que vem sendo noticiado, a BRF informa que não recebeu nenhuma notificação oficial das autoridades brasileiras ou estrangeiras a respeito da suspensão de suas fábricas por países com os quais mantém relações comerciais, incluindo Coreia do Sul e União Europeia”.
A decisão do governo sul-coreano levou em consideração o comunicado do governo brasileiro enviado na segunda-feira (20). Foi informado à Coreia do Sul que a carne, em que foi constada irregularidades, não foi exportada para o país. Entretanto, o governo afirmou que a União Europeia e Hong Kong receberam lotes fora dos padrões.
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Sem negociação
China, União Europeia e Chile continuam com as importações de carnes brasileiras suspensas. No final da tarde de segunda-feira (20), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, anunciou a suspensão da licença de exportação de 21 plantas de frigoríficos sob investigação na operação Carne Fraca.
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Segundo o ministro, a restrição da carne brasileira no mercado internacional por conta das investigações da Polícia Federal seria um desastre. "A China é um grande importador nosso. A Comunidade Europeia, além de ser o nosso segundo ponto de importação é também o nosso cartão de visitas", ressaltou o ministro. "Quem vende para Europa vende para muitos países que, muitas vezes, nem pedem fiscalização nossa, pois sabem que temos um sistema bom".
A venda ao mercado interno continua inalterada, pois segundo Maggi, o controle para garantir a qualidade dos produtos é maior. Maggi afirma ainda que o Brasil pode receber pedidos de esclarecimentos de cerca de 30 países em relação às investigações da Operação Carne Fraca, que devem se juntar aos que já comunicaram a suspensão ou redução das importações da carne brasileira. Maggi afirmou aos jornalistas que o Egito notificou a pasta sobre a possibilidade de suspender as compras do produto. A Rússia observa a reação da União Europeia para decidir que medida tomar.
*Com informações da Agência Brasil e da Bloomberg
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