Custo de vida dos paulistanos subiu 6,59% em 2016, aponta Fecomercio-SP
Segundo Fecomercio, setores de alimentação/bebidas e saúde/cuidados pessoais foram os que mais contribuíram para a alta nos preços em dezembro
Por Brasil Econômico |
Dados retirados da pesquisa mensal Custo de Vida Por Classe Social (CVCS) realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), apontaram um aumento de 0,45% no custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo em dezembro de 2016. O resultado obtido em novembro do mesmo ano foi de 0,34%. Em relação ao acumulado do ano, o resultado foi de 6,59%, inferior aos 11,56% registrado em 2015.
LEIA MAIS: Preço do transporte impacta custo de vida dos paulistanos, diz FecomercioSP
Segundo a pesquisa da Fecomercio-SP , de janeiro a dezembro de 2016, os setores de alimentação e bebidas e saúde e cuidados pessoais foram os que mais contribuíram para o aumento no custo de vida, com alta de 8,42% e 12,23%, respectivamente. Em dezembro, elevações de 0,38% e 0,56% foram observadas em ambos os segmentos. O grupo transportes também impactou o aumento do custo de vida, com alta de 1,69%, assim como o segmento despesas pessoais, com variação maior de 0,91%. Vale ressaltar que as altas nos preços médios foram obtidas na comparação com novembro do mesmo ano.
Em relação aos impactos causados pelos aumentos nos preços em dezembro, as classes D, E e C foram as mais afetadas, com elevações de 0,65%, 0,59% e 0,50% em seus custos de vida, respectivamente. Já a classe A encerrou o mês com variação positiva de 0,28%, assim como a classe B que fechou mês variando 0,31%.
IPV
O Índice de Preços do Varejo (IPV) terminou o ano de 2016 com alta de 6,34%. Em 2015, o acréscimo havia sido de 10,26%. No que se diz respeito a dezembro, o indicador apresentou variação positiva de 0,29%.
Entre os oito grupos que integram o indicador, habitação, artigo de residência e vestuário variaram negativamente em dezembro, com -0,07%, -1,09% e -0,21%, respectivamente. Ao longo do ano, o segmento alimentação e bebidas teve alta real de preços acima da média da inflação, com 9,43%, assim como saúde e cuidados pessoais, com 11,86%. Despesas pessoais e educação também registraram altas de 13,94% e 7,52%, respectivamente.
Você viu?
É importante lembrar que no acumulado do ano, a categoria de alimentação e bebidas apresentou variações mais incisivas em itens como arroz, com 13,90%, feijão carioca, com 47,66%, e frutas, com 21,53%. Pescados e leites e derivados também tiveram variações significativas, com 14,48% e 14,28%, respectivamente.
LEIA MAIS: Governo corta R$ 4,7 bilhões do Orçamento para adequação ao teto de gastos
IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) subiu 0,62% em dezembro, ante o aumento de 0,76% em novembro. O indicador encerrou 2016 com acréscimo de 6,86%, resultado abaixo do observado em 2015, onde a variação foi de 12,93%.
Entre os nove grupos que compõem o indicador, habitação e artigos de residência obtiveram variações negativas, ambas de 0,38%. Em contrapartida, entre janeiro e dezembro do ano passado, quatro grupos apresentaram alta real de preços. Alimentação e bebidas subiu 6,90%, transportes teve alta de 7,94%, e saúde e cuidados pessoais aumentou 12,66%. Em relação ao segmento educação, o acréscimo foi de 7,95%.
De acordo com a Federação, mesmo com altas consecutivas e dispersão de quedas, os resultados registrados em dezembro mostraram uma maior estabilidade nos preços praticados no varejo, em comparação ao mesmo período de 2015. Com isso e com um maior controle sobre os preços, é possível reduzir a taxa de juros básica para auxiliar no processo de recuperação da economia.
A Fecomercio-SP ainda ressaltou que muitas estimativas de mercado apontam que neste ano, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve se manter próxima à meta inflacionária de 4,5%. Segundo a entidade, isso pode ocorrer devido o desempenho controlado dos preços em 2017 e ao baixo impacto que os alimentos causarão, tendo em vista a safra a ser colhida. Com isso, melhores condições de ofertas nos alimentos serão possíveis, não sendo necessária uma restrição brusca no orçamento e gerando preços mais modestos no varejo.
LEIA MAIS: Agência é condenada a pagar R$ 20 mil por não informar necessidade de visto