Mais de 16 milhões vão deixar as compras de Natal para última hora
A justificativa para esse “atraso” na compra de presentes de final de ano, segundo 39,2% dos participantes da pesquisa, é a espera por promoções
Mais uma vez as compras de última hora farão parte da rotina dos consumidores neste final de ano. Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estima que 14,6 milhões de brasileiros pretendem comprar os presentes apenas uma semana antes do Natal, o que corresponde a 13,2% de consumidores que têm a intenção de presentear alguém neste fim de ano.
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A justificativa para esse “atraso” na compra de presentes de final de ano, segundo 39,2% dos participantes da pesquisa, é a espera por promoções para economizar no período. Outros 16,8% afirmaram que só recebem mais próximo ao Natal e 12,6% esperam a segundo parcela do 13º salário para ir às compras. Já 10% dos respondentes da pesquisa revelam que o motivo é a preguiça de fazer compras, deixando para comprar no limite da data comemorativa.
Sem vantagem
Na opinião da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, deixar para última hora não é tão vantajoso quanto o consumidor imagina. "Muitos consumidores deixam para comprar os presentes nesta semana por causa do recebimento da segunda parcela do 13º salário. Mas se o consumidor deixa para comprar muito em cima da hora, acaba não tendo tempo para pesquisar preços ou encontrar opções de produtos mais baratas e, consequentemente, gasta mais, comprometendo o orçamento", explica Kawauti.
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O educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, concorda: a pressa é inimiga do planejamento. “Na correria para garantir todos os itens da lista e não deixar ninguém sem presente, o consumidor acaba dando menos importância aos detalhes, cedendo às compras impulsivas”, afirma. “O ideal é fazer uma lista de todos os presenteados, definir o quanto se pode gastar e levar o dinheiro contado. Dessa forma, não há perigo de exceder o valor previsto com a compra de outros presentes”, aconselha.
Perspectiva de vendas
Estimativa do SPC Brasil e que mais de 108 milhões de brasileiros devem comprar presente para alguém na data. O reflexo dessa intenção de presentar deve movimentar mais de R$ 50 bilhões na economia. O montante pode até parecer significativo, mas as projeções da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) indicam queda nas vendas em São Paulo. O varejo da capital deverá ter o segundo pior Natal do Plano Real, atrás apenas de 2015.
“Faltando apenas uma semana para o Natal, é pouco provável que os números mudem significativamente. Contudo, isso vai depender muito de como o consumidor vai usar o 13º salário e do quanto a Black Friday impactou as vendas de fim de ano em termos de antecipação”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
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