Desigualdade salarial entre mulheres e homens supera 50%, diz pesquisa

Dados fornecidos pela Organização Internacional do Trabalho, evidenciam crescimento da desigualdade salarial entre as mais diversas remunerações

Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Desigualdade salarial entre homens e mulheres está acima de 50% em relação a ocupação de grandes cargos

Estudo divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) na quinta-feira (15), revela que mundialmente, o crescimento salarial diminuiu ao longo de 2016, o que o fez atingir seu nível mais baixo desde 2012. Outro dado exposto pelo Relatório Global sobre Salários 2016-2017 evidencia a desigualdade salarial entre homens e mulheres, acima de 50% nos posto de trabalhos mais bem pagos das empresas.

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Segundo a OIT, o mau desempenho dos países emergentes baixou a média mundial de salários, mesmo que alguns tenham sido recuperados em economias divergentes que se desenvolveram no ano passado, como Estados Unidos e Alemanha. Em todo o mundo tem ocorrido a desaceleração desse crescimento, levando-o para o seu menor nível em quatro anos, indo de 2,5% para 1,7% durante o período de 2012 até 2015. Em contrapartida, a desigualdade salarial entre homens e mulheres só tem aumentado.

De acordo com o mesmo relatório, posteriormente ao período da crise financeira de 2008-2009, impulsos foram gerados em países e regiões de desenvolvimento para que avanços ocorressem consequentemente aumentando o crescimento dos salários mundiais. Porém, recentemente, esta tendência possuiu um efeito reverso, se desacelerando.

Diferenças regionais

Países emergentes e em desenvolvimento do G20, formado pelas 19 maiores economias mundiais juntamente da União Europeia, também obtiveram queda dos níveis salariais, que foi de 6,6%, em 2012, para 2,5%, em 2015, segundo o relatório da OIT. Entretanto, o crescimento salarial de países desenvolvidos do grupo, teve o índice mais alto dos últimos dez anos, indo de 0,2% para 1,7% entre 2012 e 2015, sendo 2015 o ano onde os salários cresceram 2,2% nos Estados Unidos, 1,9% em países da União Europeia e 1,5% no Norte, Sul e Oeste europeu.

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O mesmo estudo mostrou também “grandes diferenças” regionais entre as economias que estão se desenvolvendo. Em 2015, os salários reais caíram 1,3% na América Latina e no Caribe e 5,2% no Leste Europeu. O crescimento dos salários se estabilizou em uma taxa de 4% no Sul e Leste asiático e no Pacífico, enquanto regiões da Ásia Central e Ocidental passaram para 3,4% com estimativa provisória de 2,1% nos Estados Árabes e 2% na África.

Segundo os dados fornecidos pela OIT, verificou-se na maioria dos casos, uma desigualdade em relação ao crescimento dos salários daqueles que recebem as mais altas e as mais baixas remunerações. Na Europa, 25% do total dos salários de todos os empregados em seus respectivos países, são destinados a 10% dos trabalhadores mais bem pagos. Essa parcela pode aumentar no caso de algumas economias emergentes, como a África do Sul  com 49,7%, Índia com 42,7% e o Brasil  com 35%.  Isso representa quase 50% dos que recebem os salários mais baixos.

Desigualdade entre homens e mulheres

A desigualdade é ainda mais acentuada quando a comparação é feita entre a base salarial de homens e mulheres. “Embora a diferença salarial geral por hora entre homens e mulheres na Europa seja de cerca de 20%, a diferença salarial entre homens e mulheres no grupo dos 1% de trabalhadores mais bem pagos chega a cerca de 45%. Entre homens e mulheres que ocupam cargos de diretores executivos, e estão entre o 1% de trabalhadores mais bem pagos, a diferença salarial entre homens e mulheres é acima de 50%”, diz nota divulgada pela OIT.

Políticas de salários mínimos e instrumentos importantes para a redução dessa desigualdade salarial excessiva no âmbito salarial também foram apontadas no relatório. Para a diminuição da desigualdade salarial entre homens e mulheres, uma das sugestões oferecidas pelo relatório foi a regulamentação e a autorregulamentação da remuneração dos executivos.

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