Mercado financeiro brasileiro reage à eleição de Donald Trump nos EUA
Dólar chegou a ser negociado a R$ 3,24 e o Ibovespa estava em queda de 2,29%, aos 62.683 pontos. Presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que o País acompanha o mercado após o resultado
O mercado brasileiro reagiu à eleição do candidato republicano Donald Tramp como presidente dos Estados Unidos. A Bolsa de Valores de São Paulo estava em queda de mais de 3,24%, enquanto o dólar ficou cotado em R$ 3,2450, isso antes das 10 horas da manhã desta quarta-feira (9).
+ Putin parabeniza Trump e diz que Guerra Fria acabou
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou que o País acompanha o mercado financeiro após o resultado. "Nós estamos acompanhando os mercados globais e do Brasil e, caso necessário, tomaremos as medidas adequadas".
Às 9h50, a cotação do dólar era de R$ 3,2450. Às 10h, a moeda norte-americana passou a ser vendida a R$ 3,2380. Já o Índice de Valores da Bolsa de São Paulo (Ibovespa) caia 3,24% por volta das 10h20, com 62.079,76 pontos. Já ás 11h59 o Ibovespa estava em queda de 2,29%, aos 62.683 pontos.
+ De adolescente rebelde a presidente dos EUA
Outros mercados
A notícia do novo presidente dos Estados Unidos provocou quedas em todo o mercado financeiro internacional. O índice Nikkei do Japão caiu mais de 800 pontos, ou seja, quase 5%, após a confirmação de Donald Trump na Casa Branca. As aplicações financeiras estão se transferindo para o ouro. O peso mexicano está em queda.
Segundo o flash econômico do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Guilherme Pereira Perfeito, o tom conciliador de Trump em seu pronunciamento não deve ser comprado pelo mercado financeiro. “Trump já fez um discurso conciliador e isto reverteu parte do mau humor do mercado na manhã desta quarta-feira (9), mas eu não compro essa conversa barata: o mundo quer se enganar facilmente com palavras doces e insiste em fingir que está tudo bem”.
O economista listou alguns pontos que devem ficar no radar dos investidores.
1- Provavelmente o FED deverá postergar a alta de juros para evitar criar mais ruídos;
2- O BCB deve persistir no discurso cauteloso e não me surpreenderia caso o COPOM cortasse apenas 25 pontos base ao invés dos 50 previstos anteriormente – lembremos que o IPCA veio abaixo da mediana, mas isso não parece sensibilizar o BCB que está de olho na verdade no ajuste fiscal;
3- Algumas moedas de países industrializados podem se apreciar contra o Dólar, como foi o caso na madrugada com o Yene, a Libra Esterlina, o Ouro e o Euro, e se isso ocorrer será uma mensagem do mundo “civilizado” abandonando os EUA.
Ainda segundo análise do economista, outro ponto de atenção aos investidores do mercado financeiro deve ser as promessas feitas pelo candidato republicano durante a campanha. “Cabe agora pensar se o Trump vai fazer mesmo o que disse e fechar os EUA para o mundo tentando fazer na marra o que os juros baixos não conseguiram fazer de maneira indireta: desvalorizar fortemente o dólar para gerar superávits comerciais”.
*Com informações da Agência Brasil
+ Inflação oficial medida pelo IBGE fica em 7,87% no acumulado de 12 meses