Até que ponto é positivo para o seu currículo mudar frequentemente de emprego?
O comportamento dos profissionais mudou ao longo dos anos e, hoje, é muito mais fácil encontrar pessoas que pulam de emprego a outro. Como isso é avaliado pelo mercado de trabalho? Especialistas respondem
Já percebeu que, ao conversar com algumas pessoas mais velhas, em torno de 50 ou 60 anos, é bastante comum escutar: “eu trabalhei 20, 30 ou 40 anos para uma única empresa, era minha segunda casa”. Esta realidade, contudo, está bem distante dos profissionais mais jovens, já que hoje é difícil encontrar quem fique no mesmo emprego por mais de cinco anos.
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Dessa maneira, é fácil observarmos que o comportamento – tanto dos profissionais, quanto das próprias empresas – mudou bastante nos últimos anos. Mas, alguns questionamentos sobre isso podem ser feitos, tais como: por que será que trocar de emprego ficou mais fácil? Os profissionais estão menos tolerantes? O mercado de trabalho está mais competitivo? As oportunidades são mais numerosas?
Para fazer uma análise do atual mercado de trabalho, o Brasil Econômico conversou com profissionais da IBC, que levantam os prós e os contras da mudança frequente de emprego dos profissionais. Por fim, levantamos a pergunta: será que é positivo para o currículo tanta “diversidade”?
Antes de começar a pontuar as questões, vale destacar que independente da verdadeira influência aos jovens profissionais para a troca de empresa ou emprego, o comportamento pode revelar características (que serão identificadas como negativas ou positivas no mercado), segundo os especialistas consultados.
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Os dois lados da moeda
Primeiramente, vamos pontuar as questões positivas envolvendo a mudança frequente de trabalho. Quando uma pessoa possui um currículo com diversas empresas, o potencial empregador pode compreender que:
- O profissional está buscando oportunidades que contribuam para o seu crescimento pessoal e profissional;
- O candidato em questão sabe lidar com desafios e se arrisca para conseguir o que quer, não sendo alguém acomodado;
- A pessoa está em busca de uma área específica dentro da sua profissão e ainda não conseguiu se encontrar. O que é algo totalmente comum.
Com essas impressões, a empresa que pretende contratar alguém pode chegar a uma conclusão positiva sobre uma pessoa que “pula” de emprego em emprego.
Mas, e se esse não for o caso? E se o empregador não analisar essa atitude com bons olhos? Bem, nesse caso, o profissional pode ser encarado como:
- Uma pessoa completamente indecisa, que não sabe o que quer da vida e, com certeza, não conseguirá realizar a função dela no novo trabalho;
- Vale a pena contratar uma pessoa que não permanece por muito tempo em um mesmo emprego? Isso pode custar muito para o “meu bolso”.
- Será que o problema estava nas empresas ou no colaborador?
Relatividade
Percebe o quanto é relativo o julgamento das empresas em relação ao colaborador que troca de emprego frequentemente? É claro que a conclusão pode mudar bastante dependendo de quem está buscando um novo funcionário.
Porém, a fim de não abrir espaço para essa intepretação ambígua sobre seu currículo, o profissional precisa disponibilizar contatos para que o empregador busque referências sobre seu trabalho. No CV, existe um tópico básico em que é preciso indicar todos os locais anteriores por onde passou; é neste local que a pessoa deve colocar telefones ou e-mails dos contatos das antigas empresas.
Com isso, é possível esclarecer o verdadeiro motivo pelo qual esse profissional troca de emprego com tanta frequência.
Dessa forma, fica claro que o candidato à vaga pode ser contrato sem tantas preocupações acerca de seu engajamento futuro. Afinal, ele pode ter encontrado motivos diversos para ter saído de todas essas empresas, porém, cabe ao entrevistador analisar se são relevantes ou não para a possível contratação.
Diante disso, segundo os especialistas consultados, a única certeza que fica é de que “independente do motivo pelo qual você pensa em deixar a empresa que trabalha, faça o seu serviço de forma correta, seja gentil e educado com as pessoas, mostre e faça o seu melhor, seja prestativo, procure estar informado sobre diversos assuntos, mostre ter respeito e responsabilidade pelos assuntos da empresa e procure estar satisfeito com o que você conquistou”.
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Se por algum motivo isso não acontecer, busque formas de alcançar o emprego que te faça feliz, sem se preocupar tanto com o que as pessoas vão pensar ao ler o seu currículo. A verdade é que “só você sabe onde o calo aperta”, não é mesmo?