Estoque alto faz indústria ter queda na confiança, aponta FGV

A sondagem mostrou ainda recrudescimento tanto em relação ao momento atual quanto ao desempenho para os próximos seis meses

Foto: Agência Brasil
Indústria fala em pessimismo, mais demissões e queda nas vendas

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou recuo de 1,6 ponto no trimestre encerrado em outubro, apontou a sondagem da Indústria de Transformação foi feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em setembro, a confiança tinha apresentado leve alta de 2,1 pontos, ao atingir 86,6. Quinze dos 19 segmentos pesquisados apresentaram retração.

Segundo a sondagem, para 12,7% das empresas consultadas, os estoques estão excessivos. O índice é o mais baixo desde janeiro do ano passado, quando a taxa oscilou em 11,5%. A parcela de empresas que apontaram a existência de estoques insuficientes diminuiu de 7,1% para 4,8% do total.

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Para o superintendente de Estatísticas Públicas da FGV, Aloisio Campelo Junior, a retomada do crescimento econômico deve ocorrer, mas em ritmo mais lento .“O tombo da produção física em agosto, registrado pelo IBGE, não representou uma reversão da tendência de recuperação da economia, mas mostrou que o ritmo de retomada será bem mais lento do que o setor industrial previa no início deste semestre”.

A sondagem mostrou ainda recrudescimento tanto em relação ao momento atual quanto ao desempenho para os próximos seis meses. No Índice da Situação Atual (ISA), houve queda de 1,8 ponto, para 84,9 pontos, o menor desde junho e no Índice de Expectativas (IE), recuo de 1,4 ponto, para 88,4 pontos.

Pessimismo

A proporção de empresas que planejam abrir novas vagas no mercado de trabalho, nos próximos meses, diminuiu de 12,5% para 10,9%, apontou a sondagem feita pela Fundação Getulio Vargas . Ao mesmo tempo, aumentou a parcela das que acreditam que haverá necessidade de cortes - de 22,1% para 23,2%. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) caiu 1,0 ponto percentual, atingindo 73,7% .

São Paulo

Recentemente a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou que o Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista fechou o terceiro trimestre do ano em queda de 2,3%. Em setembro, a redução foi de 0,2%, se comparada ao resultado de agosto.

Em São Paulo os segmentos com maior retração foram: máquinas e materiais elétricos, com queda de 2%. O setor têxtil também apresentou queda, desta vez de 1,0%, na passagem de agosto para setembro. Os dois indicadores, tanto da Fundação Getulio Vargas quanto o da Fiesp, mostram os efeitos noviso da recessão econômica ao setor.