Cauteloso com os gastos, consumidor pretende gastar menos no Dia das Crianças

O ímpeto de compras dos consumidores para o Dia das Crianças é o menor dos últimos 11 anos, segundo levantamento realizado pela FGV/IBRE

Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Ímpeto de compras dos consumidores para o Dia das Crianças é o menor dos últimos 11 anos

A Sondagem da FGV/IBRE sobre as perspectivas de compra de presentes com os pequenos mostrou que o brasileiro pretende gastar menos neste ano. O indicador que mede o ímpeto de gastos com presentes para o Dia das Crianças manteve a trajetória de queda iniciada em 2014, ao atingir 59,3 pontos, o menor valor da série.

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O consumidor continua cauteloso com os gastos nesse Dia das Crianças : a proporção dos que pretendem reduzir em relação ao ano anterior aumentou de 41,1% para 44,9%, enquanto a proporção dos que pretendem gastar mais manteve-se estável. Para os pesquisadores, o dado reflete prudência por parte dos consumidores.

“O ímpeto de compras dos consumidores para o Dia das Crianças é o menor dos últimos 11 anos. Esse resultado reflete a cautela das famílias com o orçamento doméstico que ainda está comprometido com prestações de compras anteriores e percebe o mercado de trabalho ainda em fase descendente. Mesmo com a melhora das expectativas em relação aos meses seguintes, os consumidores preferem não arriscar no momento.“, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora da Sondagem do Consumidor.

Foto: FGV/IBRE
Proporção dos consumidores que pretendem gastar menos em relação ao ano anterior aumentou de 41,1% para 44,9%


Outro estudo divulgado esta semana, também, pelo FGV/IBRE mostrou que a inflação ofereceu pequena trégua para o Dia das Crianças. Lanches, brinquedos e vestuário ficaram abaixo da inflação.

A variação média dos produtos e serviços mais procurados para a celebração do Dia das Crianças foi de 7,19%. O resultado ficou abaixo da inflação acumulada entre outubro de 2015 e setembro de 2016, de 8,10%, pelo IPC/FGV.

A análise por grupo de despesa revela que nenhum deles superou a inflação média. A variação dos preços das “despesas com lazer” apresentou alta de 7,38%. Nesse grupo, a maior taxa foi verificada para salas de espetáculo (cinema, show e teatro), a 13,56%, e, a menor, para excursão e tour (0,58%).

Já para o grupo “despesas com presentes”, cuja alta média dos preços foi de 7,51%, a maior alta foi registrada para bicicleta (13,26%) e, a menor, para vídeo games (1,73%).

Por fim, nas “despesas com vestuário”, os preços registraram o menor avanço nos últimos 12 meses (4,11%). As roupas infantis subiram 3,96% e os calçados, 4,55%.

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