Veja como a ciência pode encorajá-lo a deixar o emprego que odeia

Pesquisa realizada com entrevistados americanos indicou que profissionais não satisfeitos com suas carreiras tendem a ter mais problemas de saúde

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Pesquisa mostrou que insatisfação com o emprego está associada a problemas de saúde

Você está procurando um motivo para mudar de emprego ou carreira? Então aqui está ele: insatisfação com o trabalho está diretamente ligada a problemas de saúde, mesmo quando se trata de pessoas com menos de 40 anos. Esse é o resultado de um novo estudo que será apresentado durante o encontro anual da Associação Sociológica Americana. Pesquisadores mostraram que os americanos que passam os primeiros anos de suas carreiras infelizes tendem a desenvolver mais problemas de saúde do que aqueles que permanecem satisfeitos durante o período inicial da vida profissional.

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Sociólogos do estado americano de Ohio examinaram dados referentes a 6.432 participantes que participaram de uma pesquisa, a National Longitudinal Survey of Youth (NLYS), que acompanha os resultados de pessoas que tinham entre 14 e 22 anos quando ela foi lançada, em 1979. Durante o levantamento, foi pedido aos entrevistados que eles classificassem o seu nível de satisfação com o emprego  em uma escala de um a quatro. Os pesquisadores usaram essas estimativas para dividir os participantes em quatro grupos, de acordo com o nível de satisfação que eles alegaram ter apresentado quando tinham entre 25 e 39 anos.

Esses foram os resultados:

a) 15% das pessoas começaram suas carreiras felizes e permaneceram satisfeitas nos anos posteriores;

b) 17% das pessoas eram infelizes no início de suas carreiras, mas ficaram mais satisfeitas com o passar dos anos;

c) 45% das pessoas eram infelizes nos primeiros anos de suas carreiras e permaneceram insatisfeitas;

d) 23% das pessoas estavam satisfeitas com o início de suas carreiras, mas esse contentamento diminuiu com o passar dos anos

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A pesquisa mostrou que na comparação com o pequeno grupo que se dizia satisfeito com a carreira, tanto nos primeiros anos quanto nos anos que se seguiram, aqueles que pertenciam ao grupo maior, de pessoas que permaneceram insatisfeitas com suas carreiras do início ao fim, se tornaram mais propensos a sofrer com problemas de sono, preocupações excessivas, problemas emocionais e de saúde mental. Os profissionais pertencentes a este segundo grupo também reportaram sofrer de dores nas costas e resfriados em níveis e frequência maiores do que os profissionais do primeiro grupo.

Os trabalhadores cuja satisfação diminuiu nos anos posteriores àqueles do começo da carreira tiveram problemas semelhantes de sono e ansiedade, mas não sofreram com os mesmos impactos de problemas emocionais e mentais, como depressão.

A maior revelação partiu do grupo que era insatisfeito com os seus primeiros anos de carreira, mas se tornou mais entusiasmado nos anos posteriores. Essas pessoas não sofreram de nenhum problema de saúde. Foi assim que os pesquisadores chegaram a conclusão de que a maneira mais eficaz de uma pessoa combater os problemas causados pela insatisfação com o trabalho é se colocar em uma posição, cargo, empresa, ou carreira, que seja mais prazerosa.

O único problema da pesquisa é que ela não consegue determinar a insatisfação com o trabalho como a causa de todos os problemas de saúde apresentados pelos participantes, mas apenas indicar que existe uma associação entre esses dois fenômenos. Outra interpretação feita a partir dessa pesquisa é de que pessoas que sofrem com problemas de saúde mental tendem a apresentar maior insatisfação com o emprego. Assim, os efeitos podem ser constatados nos dois sentidos. De qualquer maneira, é indicado manter os resultados dessa pesquisa em mente, especialmente se você estiver contemplando os próximos passos da sua carreira.