Com saques maiores que depósitos, poupança tem pior semestre desde 1995

Apesar do saldo negativo, retirada de junho foi a menor de 2016 e é inferior à retirada de junho do ano passado

Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Depois de cinco meses de retração, o patrimônio da caderneta aumentou na margem

O volume de recursos sacados da poupança no primeiro semestre deste ano, já descontadas as aplicações, foi de R$ 42,606 bilhões. A retirada supera o resultado negativo registrado no primeiro semestre de 2015, quando ficou em R$ 38,541 bilhões. Esse é o pior resultado para o primeiro semestre registrado na série histórica, iniciada em 1995.

Em junho, os saques superaram os depósitos em R$ 3,718 bilhões. Segundo dados do Banco Central (BC), apesar do saldo negativo, a retirada foi a menor do ano até agora e também é inferior aos R$ 6,261 bilhões que deixaram a caderneta em junho de 2015.

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Em janeiro deste ano, a retirada líquida ficou em R$ 12,032 bilhões. Em fevereiro, as retiradas ficaram R$ 6,639 bilhões maiores do que as captações e, em março, R$ 5,380 bilhões. Em abril, o saldo ficou negativo em R$ 8,246 bilhões e, em maio, em R$ 6,592 bilhões.

De acordo com o BC, o total de aplicações no mês passado foi de R$ 161,244 bilhões e o de saques, de R$ 164,963 bilhões. O estoque desse investimento está em R$ 638,223 bilhões, já considerando os rendimentos de R$ 4,076 bilhões de junho. Com os rendimentos maiores do que o volume de retiradas , o patrimônio da caderneta, que recuava há cinco meses consecutivos, agora aumentou na margem.

O desempenho no mês passado só não foi pior porque no último dia útil de junho ingressaram R$ 4,060 bilhões na caderneta. Até o dia 29, a conta estava negativa em R$ 7,779 bilhões. Esse movimento de arrecadação nos últimos dias é tradicional e ocorre com aumento dos depósitos por causa de aplicações automáticas da conta corrente que alguns investidores já deixam programadas para ocorrer.

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A contínua e acentuada deterioração da caderneta se dá por conta da piora do cenário econômico, com a alta da inflação e do aumento do desemprego. Além disso, outros investimentos se tornaram mais atrativos ao apresentarem rentabilidade maior. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). O cálculo vale para quando a taxa básica de juros ( Selic ) está acima de 8,5% ao ano. Atualmente, o índice está em 14,25% ao ano.

* Com informações de Agência Estado e da Agência Brasil.