Temer: Lei que limita gastos será apresentada na próxima semana

Em evento com empresários, presidente interino afirmou que é preciso consolidar novos fundamentos da economia no País

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil/ Fotos Públicas
Temer destacou o lema de seu governo, disse que é preciso 'ordem' para que se tenha 'progresso'

O presidente em exercício, Michel Temer, afirmou nesta quarta-feira (8) para uma plateia de empresários, que apesar de estar interino no cargo, ele precisa trabalhar normalmente para poder retomar o crescimento da economia. "Estou em governo transitório, mas não ajo como se estivesse, se não paralisaria o País", afirmou.

Sem falar em herança maldita, Temer disse que é preciso que todos saibam que "não estamos encontrando o País com harmonia". Ele reconheceu que é preciso consolidar os "novos fundamentos da economia", mas esse trabalho não será feito de “hoje para amanhã”. “Começar hoje para que muito brevemente coloquemos o País nos trilhos", afirmou.

Segundo ele, o governo vai apresentar na semana que vem o projeto de lei que limita os gastos e reforçou que não se pode gastar mais do que se arrecada. "A limitação de gastos que será revisada apenas em relação à inflação do ano anterior é o que nos permitirá gastar novamente um e arrecadar um", disse.

Harmonia entre poderes

Como tem feito em todas as suas falas, Temer destacou a harmonia entre o Executivo e o Legislativo. Segundo ele, essa interação é necessária em regimes democráticos. "Confesso que essa coisa de ideologia está fora de moda, o que as pessoas querem é resultado e estamos trabalhando para dar resultados", disse. "Ao longo do tempo, posso dizer, sem medo de errar, que fomos perdendo o respeito pelas instituições, gerando conflitância entre os brasileiros", afirmou.

Temer destacou o lema de seu governo, disse que é preciso "ordem" para que se tenha "progresso" e criticou "alguns movimentos" de desobedecerem à ordem jurídica. "Enquanto protestam, nós passamos", disse.

Ao reforçar o apoio que seu governo tem do Congresso, Temer lembrou que sua primeira providência ao assumir o cargo foi se reunir com os líderes da Câmara e do Senado e pedir atuação conjunta.

Ele destacou a aprovação da meta fiscal em uma madrugada e equivocadamente citou a "aprovação em segundo turno da Desvinculação de Receitas da União (DRU)". O plenário da Câmara, entretanto, só deve avaliar a projeto nesta quarta-feira.

Segundo ele, os líderes compreenderam a importância da atuação conjunta "tanto que depois de praticamente oito, nove meses que lá se achava a DRU, que é uma coisa importantíssima ao governo, em duas semanas aprovamos e ainda ontem em segundo turno de votação", disse.

Apoio de empresários

Ao pedir apoio dos empresários, Temer disse também que não teve mais de oito dias após a admissibilidade do projeto de impeachment para organizar o governo e que, ao assumir, muitos dados mostraram-se preocupantes. "No caso do déficit o que era preocupante tornou-se ‘extremamente preocupante’", afirmou.

Temer iniciou e finalizou o discurso dizendo que as palmas que recebia dos empresários eram verdadeiras "pois vinham do coração" e afirmou que o que mais o governo precisa é do apoio do setor produtivo.

O presidente em exercício destacou que os empresários estão esperançosos e afirmou que a palavra "esperança" vem de "fiança" e "espera", o que daria um crédito a seu governo. "Se os senhores se dispuseram a vir até aqui é porque os senhores estão interessados no Brasil e querem que o País cresça", afirmou. "Temos que trabalhar duro e temos esperança que vamos conseguir."

Temer reforçou que o apoio da classe empresarial é fundamental e disse que o primeiro direito social é o emprego. "E ele só virá se houver atuação da iniciativa privada", afirmou.