Ministro da Fazenda defende aumento de idade mínima para aposentadoria Por Brasil Econômico | 13/05/2016 09:33:29 - Atualizada às 13/05/2016 11:32:29 Home iG › Economia Meirelles admite que rombo nas contas públicas em 2016 será maior que o de R$ 96 bilhões previsto pelo governo de Dilma Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr - 12.05.16 O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em audiência no Senado Federal, na quinta-feira Agora com a atribuição de administrar também a Previdência Social, o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu, nesta sexta-feira (13), o aumento da idade mínima para a aposentadoria. A declaração foi feita em entrevista ao jornal "Bom Dia Brasil", da TV Globo, um dia depois de o economista assumir o cargo mais importante para o sucesso do governo de Michel Temer. "Não prometemos valores que não podem ser cumpridos. Despesas públicas são sempre pagas pela população, e a Previdência também", afirmou, avaliando que a reforma do sistema previdenciário é fundamental para assegurar as aposentadorias no futuro. "O caminho está claro: idade mínima com regra de transição. E essa transição não pode ser nem muito longa e nem muito curta. Quem está contribuindo no futuro vai receber aposentaria como deveria. Com o crescimento da população e da idade média dos brasileiros, o crescimento da Previdência é insustentável no longo prazo, precisamos controlar isso." O ministro lembrou que já há uma discussão extensa sobre o assunto, sem citar, no entanto, o Fórum da Previdência, criado no ano passado pela equipe da presidente afastada Dilma Rousseff, mas enfatizou que é preciso uma determinação do governo para isso. Rombo maior Na entrevista, Meirelles admitiu que o rombo nas contas públicas em 2016 deve ser ainda maior do que o previsto pela equipe de Dilma, de R$ 96,6 bilhões, e prometeu que vai tomar medidas duras, porém necessárias, para reverter a trajetória de alta da divida pública. "É importante que se estabeleça uma meta que seja realista, cumprida e que depois sirva de base para a melhora das contas públicas [...] Para que, a partir daí, a trajetória da dívida pública comece a ter um outro nível de direção", explicou. Veja quem compõe a tropa de choque de Michel Temer: Torquato Jardim, advogado e jurista, foi ministro do TSE entre 1988 e 1996 e assume o Ministério da Transparência após a queda de Fabiano Silveira, pego nas gravações de Sérgio Machado. Foto: Divulgação Dyogo Oliveira assumiu interinamente o Ministério do Planejamento após a saída de Romero Jucá. Foto: José Cruz/Agência Brasil - 24.05.16 Marcelo Calero é o novo ministro da Cultura do governo Temer. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil - 21.03.15 Eliseu Padilha (PMDB-RS), que assume agora como ministro-chefe da Casa Civil, já foi ministro da Secretaria de Aviação Civil (governo Dilma) e dos Transportes (governo FHC). Foto: Pedro França/Agência Senado - 6.5.15 O deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ) foi nomeado ministro dos Esportes. Na Câmara, ele votou contra a abertura do processo de impeachment de Dilma Rouseff. Foto: Alex Ferreira/Agência Câmara Presidente do PMDB na Bahia, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) é, agora, o ministro-chefe da Secretaria de Governo.. Foto: Valter Campanato/ABr - 25.04.16 O deputado Fernando Coelho Filho (PE) é o nome escolhido por Temer para assumir o Ministério de Minas e Energia. Foto: Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados - 11.02.15 Ministro de Dilma na Secretaria de Portos, Helder Barbalho foi escolhido por Temer para o ministério de Minas e Energia. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil - 24.02.16 Alexandre de Moraes, secretário de Segurança Pública de São Paulo na gestão Alckmin, assume agora o Ministério da Justiça e Cidadania.. Foto: Elza Fiúza/ ABr Nomeado ministro das Relações Exteriores, o senador José Serra já foi ministro da Saúde e do Planejamento no governo FHC, além de ter sido governador do Estado de São Paulo e prefeito da capital paulista.. Foto: Pedro França/Agência Senado - 14.10.2015 Ex-governador de Pernambuco, o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE) assume o Ministério de Educação e Cultura. Foto: Fotos Públicas Henrique Meirelles é o novo ministro da Fazenda. Durante o governo Lula, ele ocupou a presidência do Banco Central. Foto: Agência Brasil Ex-governador do Mato Grosso, o senador Blairo Maggi (PP-MT) foi o escolhido de Temer para assumir o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Foto: Site oficial Foi o deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) quem deu o voto decisivo na votação pela abertura do processo de impeachment na Câmara. Ele agora é ministro das Cidades. Foto: Fotos Públicas O deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS) é o novo ministro do Desenvolvimento Social e Agrário. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado Deputado federal, Ricardo Barros (PP-PR) foi o escolhido de Temer para assumir o Ministério da Saúde. Foto: Wikimedia Commons José Sarney Filho (PV-MA) assume o Ministério do Meio Ambiente, cargo que já ocupou durante o governo FHC. Foto: Wikimedia Commons Henrique Alves é o novo ministro do Turismo. Durante o governo Dilma, ele chegou a ocupar o mesmo cargo. Foto: Reprodução/Facebook O deputado federal Ronaldo Nogueira (PTB-RS) é o novo ministro do Trabalho. Foto: Reprodução/Facebook Sérgio Etchegoyen assume agora como ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional. O general gaúcho atua, desde março de 2015 como chefe do Estado-Maior do Exército brasileiro. Foto: Divulgação/Ministério da Defesa O deputado federal Mauricio Quintella (PR-AL) é o novo ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Foto: Reprodução/Facebook Fábio Osório Medina é o novo nome à frente da Advocacia-Geral da União. Foto: Reprodução/Facebook O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), que foi ministro no governo FHC, assume agora o Ministério da Defesa. Foto: Reprodução/Facebook Ex-prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD-SP) assume o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Durante o governo Dilma, ele foi ministro das Cidades, mas abandonou o cargo para apoiar o impeachment na Câmara. Foto: Alexandra Martins/Câmara dos Deputados Meirelles não especificou como vai enfrentar o aumento do déficit que será provocado pela negociação da divida dos Estados com a União e o reajustes já contratados dos servidores públicos, que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, informou que vai manter. "Vamos partir de uma base real. Infelizmente não se pode mudar o passado. O que feito e que não pode ser mudado está ai", avaliou, ressaltando que, a partir desse quadro, o governo tomará as medidas necessárias para que o projeto faça efeito. "Para que todos confiem que o Estado brasileiro será solvente e que aumente a confiança, o emprego e o bem estar." Primeira medida Para iniciar as mudanças, Meirelles explicou que a primeira medida econômica de sua gestão será implementar um sistema de controle dos gastos que impeça o crescimento real (acima da inflação) das despesas públicas, defendendo cortes e o fim dos privilégios com recursos públicos. "Vamos estabelecer o nominalismo. As despesas terão de ser mantidas em termos nominais", disse. "O mais importante para o Brasil é de comecemos a dizer a verdade e a sermos claros. Temos de mostrar o que está acontecendo", ressaltou Meirelles. Procurando passar confiança em seu projeto, ele informou que sua equipe já começou um levantamento dos dados do governo para tomar as medidas com segurança e clareza. Desonerações e subsídios O ministro da Fazenda ainda criticou o tamanho das contas de desonerações e subsídios dados pelo governo, que classificou como "bolsa-empresário". E, apesar da conta referente a programas sociais ser menor, sinalizou que haverá mudanças também nessas despesas, mantendo a assistência apenas para a população que de fato necessite. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil - 12.5.16 Michel Temer é cercado de aliados em seu primeiro discurso na Presidência, na quinta-feira "As contas de desonerações e subsídios hoje são enormes. A conta de salários do governo também é enorme. Podemos e vamos, sim, cortar despesas e privilégios daqueles que não precisam", afirmou. "Os programas sociais para aqueles que precisam serão mantidos." Meirelles fez um diagnóstico da atual situação da economia brasileira e argumentou que o desemprego crescente é consequência da recessão pela qual o País passa desde o ano passado. "Temos de fazer com que a economia volte a crescer para criar empregos. É necessário, em primeiro lugar, o retorno da confiança. É preciso ter confiabilidade nas contas públicas para o retorno do investimento", avaliou. Ex-presidente do Banco Central no governo Lula, Meirelles reconheceu que houve "melhorias grandes" na gestão do petista, mas ressaltou que nos últimos anos – referindo-se ao governo da presidente afastada Dilma Rousseff – o desemprego aumentou e a situação se tornou crítica. "Outro problema é crescimento da dívida pública. A situação é grave e difícil, mas todos os brasileiros estamos preparados para trabalhar muito", resumiu. 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