Abasteça quando quiser: “Uber da gasolina” causa polêmica nos Estados Unidos
Novo modelo de negócio levanta discussão. Porta-voz dos bombeiros no país já chegou a dizer que o “serviço é proibido”
Por Brasil Econômico |
05/05/2016 15:38:33
Um novo empreendimento de startup americano está querendo tornar os postos de gasolina em algo “obsoleto”. Para contratar o serviço, que tem sido chamado de “Uber da gasolina”, é só baixar o aplicativo, clicar e esperar para que um caminhão (ou caminhonete) chegue até você – independente de onde esteja – e faça o serviço. E, como pode-se imaginar, a novidade está gerando muita polêmica no país. As informações são da Bloomberg Technology.
O “posto de gasolina ambulante” já ganhou clientes em cidades como San Francisco, Los Angeles, Palo Alto, Nashville, Tennessee e Atlanta. Até agora, cinco diferentes empresas adotaram o modelo de negócio: Filld, WeFuel, Yoshi, Purple e Booster Fuel. As discussões sobre a legalidade do serviço divide opiniões, especialmente quando o ponto é a segurança.
Segundo alguns oficiais, o fato de veículos rodarem com centenas de litros de gasolina pelas ruas não é nada seguro. “Não é algo permitido”, disse um porta-voz do departamento de bombeiros de San Francisco. Porém, a Yoshi, que opera no local, afirmou que não fora avisada sobre a ilegalidade do serviço e que "segue as instruções e regras estabelecidas pelo Código Internacional de Fogo", guia seguido pela maioria dos estados americanos, que dá um limite de tanques de gasolina a serem transportados, inclusive.
Em Los Angeles, o departamento de bombeiros disse estar tentando encontrar um caminho para que o serviço possa ser permitido, porém existem restrições. “Nosso código atual não permite esse procedimento”, afirmou o capitão Daniel Curry. “Mas isso é uma daquelas coisas em que nunca pensamos antes – assim como aconteceu com o Uber”.
O CEO da Purple, que trabalha com os caminhões em Los Angeles, afirmou que está discutindo com os bombeiros e que “não conhece” o porta-voz entrevistado. Bruno Uzzan afirmou que sua companhia não vai parar de realizar as “entregas de gasolina”.
Em comum, as startups se defendem dizendo que, caso houvesse ilegalidade, “deveriam ter sido avisadas há meses”.
Empresas de construção, agricultores e até mesmo algumas casas isoladas já pagam, há muito tempo, para que empresas entreguem grandes quantidades de óleo diesel e gasolina. No entanto, carregar centenas de litros de gás por bairros residenciais para abastecer os carros das pessoas “enquanto dormem” é novidade – e ainda vai gerar muita polêmica -, afinal, vender combustível nos Estados Unidos é um negócio que rende muito dinheiro. Só em 2014, 10.545 postos venderam mais de US$ 534,7 bilhões, segundo censo nacional.