FMI prevê rombo nas contas do País até 2019 e dívida bruta a 92% do PIB em 2021

País registrou, em 2015, o segundo rombo primário seguido, com déficit passando de 0,57 por cento do PIB em 2014

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Relação entre dívida bruta e PIB deve subir de 73,7%, no ano passado, para 91,7% em 2021

O Fundo Monetário Internacional (FMI) vê os efeitos da deterioração fiscal no Brasil permanecendo ao longo dos próximos anos, com a dívida pública bruta subindo para quase 92 por cento do Produto Interno Bruto em 2021, de acordo com o relatório Fiscal Monitor divulgado nesta quarta-feira (13).

O FMI afirma que o setor público brasileiro vai continuar com suas contas desequilibradas até 2019, para somente em 2020 voltar a registrar superávit primário --economia para pagar os juros da dívida.

A relação entre a dívida bruta e o Produto Interno Bruto (PIB) deve manter a curva ascendente, subindo de 73,7 por cento registrados no ano passado para 91,7 por cento em 2021, segundo relatório, que destacou o salto da dívida de 10,4 pontos percentuais de 2014 para 2015.

Para este ano, o FMI prevê um déficit primário de 1,7 por cento do PIB, recuando para 1,4 por cento em 2017 e a 1 por cento em 2018. Para 2019, a projeção é de um déficit de 0,3 por cento, seguido de um superávit primário de 0,9 por cento do PIB em 2020 e de 1,6 por cento em 2021.

No documento, o Fundo diz que a grande deterioração fiscal do Brasil no ano passado aconteceu em um ambiente de forte retração econômica, turbulência política e fraco desempenho das receitas.

O país registrou no ano passado o segundo rombo primário seguido, com déficit passando de 0,57 por cento do PIB em 2014 para 1,88 por cento em 2015.

Para este ano, o governo pediu autorização do Congresso para fechar o ano com déficit de quase 96,65 bilhões de reais, ou 1,55 por cento do PIB.

O documento do FMI destaca ainda que diversos países, entre eles o Brasil, podem ser afetados este ano por questões políticas.

"O calendário eleitoral ou impasse político pode complicar a implementação de políticas ou desencorajar ações fortes em 2016 em muitos países, incluindo economias avançadas (Austrália, Grécia e Estados Unidos), mercados emergentes (Brasil, África do Sul e Venezuela) e países de baixa renda em desenvolvimento (Gana e Zâmbia)", diz o documento.