Intenção de compra em SP para o segundo trimestre atinge pior nível desde 2002

Patamar de 40,2% é relativo aos consumidores paulistanos que expressam interesse em comprar bens duráveis no período

Foto: Arquivo/Agência Brasil
Shopping centers estão entre os estabelecimentos que mais contratam no fim de ano


A intenção de compra dos consumidores da cidade de São Paulo para o segundo trimestre teve piora de 6,4 pontos percentuais ante 2015. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) e o Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia), apenas 40,2% dos paulistanos expressam interesse em comprar bens duráveis este trimestre, pior resultado para o período desde 2002.

A pesquisa detecta que há menos disposição dos consumidores a gastar. Em média, aqueles que esperam fazer alguma compra de bens duráveis afirmam que podem gastar R$ 2,327 mil, um valor que, ajustado para o efeito da inflação, é mais baixo do que os R$ 2,540 mil da pesquisa do segundo trimestre de 2015.

A queda na intenção de compra também é verificada entre consumidores da internet. No e-commerce, segundo a pesquisa, 80 9% dos clientes afirmam que poderiam fazer uma nova compra neste segundo trimestre, 11,9 pontos porcentuais a menos do que no mesmo período de 2015.

O item cuja intenção de compra mais caiu é o gasto com viagens e turismo. Apenas 3,8% dos entrevistados dizem que esperam gastar com esse item no segundo trimestre deste ano, um recuo de 4,4 pontos na comparação com o mesmo período do ano passado. Já em telefonia e celulares, 4% dos consumidores esperam comprar, retração de 3 pontos porcentuais na mesma base de comparação.

Uma explicação para essas quedas no desejo dos consumidores de comprar é a menor disponibilidade de renda. A pesquisa identificou que a parcela do orçamento das famílias disponível para itens de consumo tem caído. Descontadas despesas como alimentação, habitação, transporte, educação e saúde, resta 6% do total do orçamento familiar. Esse montante havia se recuperado e atingido 11% no primeiro trimestre deste ano, mas voltou a cair.