Pesquisa aponta queda de 0,7% na confiança de pequenas e médias empresas

Piores avaliações foram nos tópicos de Ramo de atuação (-3,2%) e Lucro (-3,2%); Emprego ficou quase estável, em 0,1%

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Ligeira queda na confiança dos pequenos empresários em um cenário de significativa incerteza pode ser interpretada como evidência de que a atividade econômica está se estabilizando


O índice de confiança dos empresários de pequenos e médios negócios para o segundo trimestre de 2016 atingiu 58,49 pontos, uma queda de 0,7% quando comparado ao primeiro trimestre, de acordo com pesquisa do Insper/Santander. Na divisão por setores, o comércio teve queda de 1,9%, enquanto indústria e serviços registraram altas de 0,5% cada em termos nacionais.

Dos seis tópicos sobre os quais os pequenos empresários foram questionados, três apresentaram alta e os outros três, queda. O melhor resultado foi nas expectativas para a Economia (+1,3%), seguido de projeções de Faturamento (+1,3%), e Investimentos (+0 3%). Já as piores avaliações foram em Ramo de atuação (-3,2%) e Lucro (-3,2%), com Emprego quase estável (-0,1%).

Na divisão por regiões houve piora no Nordeste (-7,0%), Sul (-3 9%) e Centro-Oeste (-3,1%), com avanços no Norte (+3,5%) e Sudeste (+2,9%).

Segundo o professor e pesquisador do Insper Gino Olivares, a ligeira queda na confiança dos pequenos empresários em um cenário de significativa incerteza pode ser interpretada como evidência de que a atividade econômica está se estabilizando, embora em patamares historicamente baixos. "A hipótese mais razoável é que esteja acontecendo com pequenos empresários o mesmo que no restante da economia, ou seja, estão esperando uma resolução da questão política. Ninguém toma nenhuma decisão enquanto não houver uma solução, para o bem ou para o mal. A incerteza às vezes é pior que a má notícia", comenta.

Ele aponta que, na divisão por setores, o comércio puxou o sentimento geral para baixo. O pesquisador lembra que outros dados já vinham mostrando um ritmo de deterioração mais forte no comércio, sobretudo na questão do emprego, que vinha conseguindo se segurar relativamente estável até pouco tempo atrás. "Como o Nordeste não tem tantas grandes indústrias, talvez essa região seja mais sensível ao comércio e serviços, o que explicaria a retração maior da confiança lá do que em outras partes do País."

O Insper realizou 1.278 entrevistas telefônicas. A margem de erro da pesquisa é de 1,4 ponto porcentual, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%. O indicador mede a confiança do empresário de pequenos e médios negócios (com faturamento de até R$ 80 milhões) na economia brasileira.

O índice reflete as perspectivas deste grupo com relação ao futuro da economia, do seu setor e do seu próprio negócio. Os entrevistados respondem questões obedecendo a uma escala de 0 a 100 pontos, onde 100 representa o nível máximo de confiança.