Queda no custo da energia elétrica puxa leve queda da inflação em março
IPC desacelerou 1,19% no mês, impulsionada pela diminuição dos preços dos principais itens do grupo Habitação, diz FGV
A principal contribuição para a desaceleração registrada no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de março apurado para a composição do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) veio do grupo Habitação. Na margem, o IPC desacelerou de 1,19% para 0 58%. No mesmo período, Habitação saiu de uma alta de 0,83% para uma deflação de 0,06%, puxado pelo comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, que aprofundou a deflação de 0,58% para 3,18%. Em março, a cor do sistema de bandeiras na tarifa de energia migrou para o amarelo, após se manter em vermelho desde o início de 2015.
Segundo a FGV, também foi registrado decréscimo nas taxas de variação de outras três classes de despesas. A taxa de variação do grupo Transportes passou de 1,73% para 0,54%, sob influência de tarifa de ônibus urbano (de 3,95% para -0,29%); Educação, Leitura e Recreação desacelerou de 2,06% para -0,01%, com destaque para cursos formais (de 3,26% para 0,05%); e o grupo Alimentação recuou de 1,42% para 1,12%, puxado por hortaliças e legumes (de 5,29% para -1,56%).
Por outro lado, quatro classes de despesas apresentaram acréscimo nas taxas de variação. O grupo Comunicação avançou de 0,71% para 1,13%, sob influência de tarifa de telefone móvel (de 0,44% para 2,30%); Despesas Diversas passou de 1,32% para 1,90%, com destaque para cigarros (de 2,25% para 4,08%); o grupo Vestuário acelerou a alta de 0,22% para 0,33%, influenciado pelo item roupas (de -0,04% para 0,50%); e a taxa de variação do grupo Saúde e Cuidados Pessoais subiu de 0,69% para 0,73%, com destaque para artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,73% para 0,83%).
As maiores influências de baixa para o IPC na passagem de fevereiro para março foram tarifa de eletricidade residencial (de -0,58% para -3,18%), tomate (de -1,63% para -15,18%), passagem aérea (de 2,23% para -11,32%), tarifa de ônibus urbano (de 3,95% para -0,29%) e condomínio residencial (de 0,65% para -0,39%.
Já a lista de maiores pressões de alta é composta por cigarros (de 2,25% para 4,08%), mamão papaya (de 0,45% para 36,41%), refeições em bares e restaurantes (de 0,57% para 0,65%), plano e seguro de saúde (de 1,03% para 1,05%) e cenoura (de 26,14% para 27,44%).
Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) ficou em 0,79% em março, mostrando aceleração ante a alta de 0 52% registrada em fevereiro, divulgou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O INCC-M acumula altas de 1,65% no ano e de 7,30% em 12 meses.
De acordo com a FGV, os itens que mais contribuíram para a aceleração do Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) na passagem de fevereiro para março foram ajudante especializado (de 0,48% para 1,02%), servente (de 0,94% para 1 13%), pedreiro (de 0,56% para 1,42%), carpinteiro (de 0,37% para 1,45%) e eletricista (de 0,26% para 1,31%).
Por outro lado, entre as maiores influências isoladas de baixa estão tubos e conexões de ferro e aço (de 0,49% para -0,71%), projetos (de -0,12% para -0,32%), aluguel de máquinas e equipamentos (de -0,33% para -0,17%), vergalhões e arames de aço ao carbono (de -1,30% para -0,07%) e argamassa (de 0,23% para -0 06%).
Bens Intermediários
Na passagem de fevereiro para março, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) desacelerou de alta de 1,45% para 0,44%, com forte contribuição do grupo de Bens Intermediários, que saiu de alta de 1,16 para deflação de 0,93%.
O principal responsável pelo movimento foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura (de 1,96% para -1,40%). Já o índice de Bens Intermediários (ex), calculado após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, teve queda de 0,77% em março, contra alta de 1,43%, em fevereiro.
O índice referente a Matérias-Primas Brutas também contribuiu para o alívio do IPA na margem. A taxa de variação do grupo passou de 1,83% em fevereiro para 0,82% em março. No estágio inicial da produção, os principais responsáveis pela desaceleração foram milho em grão (de 17,79% para 3,94%), soja em grão (de -1,45% para -6,73%) e mandioca (de 8,47% para -3 37%).
Na direção oposta, os destaques de alta de preços foram minério de ferro (de -2,51% para 5,23%), aves (de -4,20% para 4,34%) e laranja (de -2,08% para 11,89%).
Já o ritmo de alta dos preços de Bens Finais subiu na margem, de 1,43% para 1,52%. Influenciou no resultado o comportamento do subgrupo alimentos in natura (de 2,48% para 10,08%). O índice de Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis, desacelerou de 1,29 para 0,40% na passagem de fevereiro para março.
Principais influências
De acordo com a FGV, na lista de maiores influências de baixa no IPA de março estão soja em grão (de -1,45% para -6,73%), farelo de soja (de 1,16% para -16,25%), óleo combustível (de -0,11% para -7,01%), carne bovina (apesar do abrandamento da deflação de -1,87% para -1,63%) e mandioca (de 8,47% para -3,37%).
Em sentido contrário, na lista de maiores influências de alta os destaques são minério de ferro (de -2,51% para 5,23%), mamão (de -10,18% para 83,97%), milho em grão (mesmo com a forte desaceleração de 17,79% para 3,94%), leite in natura (de 1,58% para 4,69%) e ovos (mesmo com a alta de preços recuando de 8,88% para 8,51%).