Alta do desemprego impulsiona abertura recorde de pequenos negócios no País

O mês de janeiro de 2016 houve registro de 166.613 novas empresas, índice 10,4% maior que no mesmo período de 2015

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Entre as novas empresas , a maioria é de empreendedores autônomos no setor de serviço

Em janeiro de 2016, o Brasil registrou recorde no número de registros de novas empresas no primeiro mês do ano desde 2010: foram 166.613 novos empreendimentos abertos, 10,4% a mais do que janeiro do ano passado – e 48,0% maior na comparação com dezembro de 2015, segundo o indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas. Apesar de o índice parecer positivo, ele é consequência do aumento do índice de desemprego no País – que bateu 8,2% em fevereiro.

“A explosão na abertura de empresas é uma questão de sobrevivência e não de oportunidade”, destaca o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.

Do aumento registrado de novas empresas, os Microempreendedores Individuais (MEIs) têm peso importante, representando 83% do crescimento nesse índice. Isso porque, em épocas de crise econômica, abrir empresa não é algo atrativo, mas, com a nova legislação - que inclui a possibilidade do MEI, as pessoas estão preferindo escapar da informalidade, tornando-se uma espécie de autônomo formalizado (especialmente em áreas que não exijam investimentos). 

O retrato disso é que grande parte das MEIs abertas é formada por empreendedores no setor de serviço: 104.357 novas empresas no segmento, ou seja, 62,6% do total de nascimentos.

“Um estudo feito pela Serasa Experian no final do ano passado mostra que grande parte das MEIs abertas em 2015 tinha baixa exigência de capitalização, ou seja, são pequenos negócios de pouca mecanização: como comércio de roupas, cosméticos e produtos, pequenos salões de beleza, confecção de bolos e doces e serviços de reparo e manutenção”, explica o economista.

“Os MEIs se destacam todos os meses – mas nunca foi tão grande assim, como em janeiro. Na verdade, de maio para cá, houve essa explosão, a percentagem dobrou, graças à produção de desempregados pela economia”, finaliza.

Outros números da pesquisa

Em outros dois tipos de empresas, os números foram negativos. Houve queda de 11,8% na criação de Empresas Individuais em janeiro de 2016 em relação a janeiro do ano passado, com 10.611 companhias nascidas. Entre as Sociedades Limitadas houve nascimento negativo de 8,9%, em janeiro de 2016, em relação a janeiro de 2015, tendo sido abertas 11.752.

Novas empresas de outras naturezas tiveram crescimento de 7,5% no primeiro mês de 2016 e chegou a 6.949 contra 6.467, em janeiro de 2015.

Nascimento de Empresas por Setor

O setor de serviços continuou sendo o mais procurado pelos empreendedores, em janeiro de 2016, com a abertura de 104.357 empresas no segmento, o equivalente a 62,6% do total de nascimentos. Em seguida, 47.888 empresas comerciais (28,7% do total) surgiram no primeiro mês do ano e, no setor industrial, foram abertas 13.998 empresas (8,4% do total).

Na comparação de janeiro de 2016 com janeiro de 2015, observamos evolução em todos os segmentos: serviços teve aumento de 62,6%; comércio 28,7% e indústria 8,4%.

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