Banco Central decreta fechamento de corretora de câmbio investigada na Lava Jato

Segundo o BC, mesmo antes de deflagração da Operação Lava Jato, já havia sinalizações de operações suspeitas na corretora

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De acordo com o BC, além das operações ilegítimas e atípicas, a TOV deixou de adotar medidas exigidas na legislação para prevenir a lavagem de dinheiro

O Banco Central (BC) decretou nesta quinta-feira (7) a liquidação extrajudicial da TOV Corretora de Câmbio, Títulos e Valores Mobiliários, investigada na Operação Lava Jato da Polícia Federal. A TOV é uma das principais corretoras citadas pelos doleiros como canal para operações de dólar como pagamento de importações fantasmas.

Além da liquidação, o BC decretou a indisponibilidade dos bens dos controladores e dos ex-administradores da corretora. Segundo o banco, mesmo antes de deflagração da Operação Lava Jato, já havia sinalizações de operações suspeitas na corretora. De acordo com o BC, a TOV celebrou contratos de câmbio de importação e de transferências financeiras para o exterior para o pagamento de fretes em valores expressivos, concentrados em clientes sem tradição comercial e sem porte compatível com os montantes movimentados. “A TOV celebrou também significativo número de contratos de câmbio manual com inconsistências na identificação dos clientes”, acrescentou.

De acordo com o BC, além das operações ilegítimas e atípicas, a TOV deixou de adotar medidas exigidas na legislação para prevenir a lavagem de dinheiro. O BC informou ainda que comunicou ao Ministério Público e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre as atividades suspeitas da corretora. Também foi aberto processo administrativo punitivo no BC para aplicação de multas e inabilitação de dirigentes para cargos de administração em instituição financeira. Já houve decisão em primeira instância, mas ainda cabe recurso.

O BC informou ainda que a corretora é pequena, pouca relevante, e por isso não há risco de “contágio” no mercado. A TOV não apresenta interconexões diretas relevantes com outras instituições financeiras, acrescentou o BC.