Índice acumulado da inflação fecha 2015 em 10,53%, aponta FGV
Rio de Janeiro foi a capital com maior avanço de preços; item que mais influenciou a elevação foi a tarifa da energia elétrica
O ano passado foi marcado pela ameaça da retomada do dragão da inflação. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), que acumulou alta de 10,53% entre janeiro e dezembro de 2015. De acordo com o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), a tarifa de energia elétrica foi o item que mais influenciou a elevação dos preços ao longo do ano, com reajuste de 49,43% das tarifas. Em dezembro, a alta foi de 0,88%.
O Rio de Janeiro foi a capital com a maior elevação acumulada em 2015, com avanço de 8,88%. Na última semana do ano, a inflação do município registrou alta de 1,33%, inferior a da semana anterior, de 1,48%. O aumento da tarifa de táxi, que entrou em vigor no último sábado, puxou o indicador, com impacto de 15,95%.
Além disso, a energia elétrica continua pesando no bolso do consumidor, com a bandeira vermelha ainda aplicada nas contas de luz. O item subiu 2,59% no IPC-S. Em seguida, puxaram o índice itens como cebola (28,67%), gasolina (2,24%) e refeições fora de casa (0,56%).
Ainda no Rio, os itens que caíram e evitaram alta maior foram pacote de telefonia fixa (-1,41), móveis (-1,15%), computador (-1,67%) e gás de bujão (-0,69%).
Já no acumulado do ano do indicador nacional, aumentaram as variações de alimentação (de 1,67% para 1,75%), vestuário (de 0,61% para 1,01%), despesas diversas (de 0,32% para 0,42%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,66% para 0,67%).
Na contramão, quatro das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição do índice partiu dos preços relativos ao grupo transportes (de 1,09% para 0,80%). Também registraram queda em suas taxas de variação os grupos habitação (de 0,48% para 0,37%), educação, leitura e recreação (de 1,04% para 0,80%) e comunicação (de 0,13% para 0,10%).
“Os alimentos vão continuar subindo e os orçamentos estão apertados. Trata-se de um ano de cautela. Prepare o bolso para 2016”, alertou o economista do Ibmec e da Fundação Dom Cabral, Gilberto Braga.