A técnica de storytelling não é necessariamente um conceito novo. Entretanto, está sendo mais visado e discutido atualmente, após o surgimento das mídias sociais, que mudaram a comunicação entre as empresas e o mercado consumidor, exigindo ideias inovadoras e diferentes para contar a história de suas marcas e produtos.
O que é storytelling?
O termo storytelling, traduzindo literalmente, nada mais é do que contar histórias . A técnica difundida em empresas de publicidade e meios de comunicação consiste em criar uma história relacionada à marca ou ao discurso para conquistar a empatia do público-alvo.
Logo, o storytelling é um processo que transforma a comunicação “em uma informação que desperte a curiosidade das pessoas e faça com que elas prestem atenção na mensagem”, explica Enrico Cardoso, co-fundador da Excited, empresa especializada em construção de marcas por meio do storytelling.
Utilizando storytelling em discursos
Essa estratégia também pode ser facilmente explorada em discursos, para manter a atenção do público no que está sendo falado. O storytelling sempre foi utilizado nos roteiros dos filmes, por exemplo, e a indústria de games também usa essa técnica para envolver o seu público.
P renda a atenção do interlocutor
Segundo Enrico Cardoso, saber contar histórias ajuda o comunicador a criar um vínculo com o seu interlocutor. “Quando transformamos discurso em uma história − coisa que Martin Luther King Jr. fazia muito bem −, nos conectamos com o nosso interlocutor porque, no momento que começamos a contar essa história, vamos construindo essa história em nosso subconsciente”, afirma Enrico Cardoso.
Ou seja, dessa forma é possível prender a atenção do interlocutor, deixando a interação com o público mais natural. “No final do nosso discurso, as pessoas estarão tocadas, porque realmente sentiram o poder da nossa história”, incentiva.
Cative o público
Para que o público consiga acompanhar seu discurso até o final, você precisa deixá-lo interessante do começo ao fim, e para isso é preciso ter algumas coisas em mente. “Antes de mais nada, o discurso não pode estar decorado. Ele precisa ter um roteiro, que é muito importante”, aconselha o co-fundador da Excited.
Originalidade e linguagem corporal
Segundo Enrico Cardoso, o ponto mais importante de um discurso é a originalidade e a linguagem corporal. “Quando decoramos alguma coisa, parecemos um robô repetindo palavras que, muitas vezes, não surtem efeito nas pessoas que estão nos ouvindo”, ensina.
Por que utilizar o storytelling ?
De acordo com Enrico Cardoso, quando as pessoas ouvem uma história elas começam a imaginar e pensar sobre o assunto e isso cria uma grande atividade cerebral. “Se existe um diferencial no storytelling que eu adoro é a alta atividade cerebral que ele produz no interlocutor”, entusiasma-se o co-fundador da Excited.
Como montar o discurso?
Segundo Enrico Cardoso, co-fundador da Excited, para estruturar bem um discurso, você precisa criar uma trama, ou seja, criar uma história que represente as suas ideias. Por isso, o que uma história (seja ela um discurso, uma apresentação, um vídeo ou um comercial) precisa para se conectar com as pessoas é:
- Incidente incitante: desarranja radicalmente o equilíbrio de forças na vida do protagonista e este deve reagir ao incidente incitante;
- Complicações progressivas: são os desafios que aumentam e as complicações que vão mudando o curso da história e dando início à crise;
- Crise: problemas, dúvidas, fases difíceis. Qual empreendedor nunca passou por aquela dificuldade que, pelo menos por um momento, o fez pensar em largar tudo?
- Clímax: é o ponto alto de tensão. O momento decisivo, o “vai ou racha”. O clímax acontece a partir do desenvolvimento de um conflito, imediatamente antes do desfecho. É o momento mais perigoso de uma história;
- Resolução: o desfecho da história. O “foram felizes para sempre”. É a conclusão após o clímax, que coloca um ponto final à história.
O especialista ainda ressalta que para contar uma história que prenda o público é preciso ter em mente que as oscilações são o ponto chave do discurso. “Precisamos lembrar que o que conecta o público são os altos e baixos, as dúvidas, os problemas. Sem isso, nenhuma história faz sentido, porque não pode ter um final”, finaliza Enrico Cardoso.