SÃO PAULO - A formação da taxa de câmbio continua acompanhando a sinalização do mercado externo, onde o dólar também subiu ante o euro e a libra, explica o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Batistel. Nós fomos junto com a onda. Todas as moedas estão perdendo frente ao dólar.
Ao final do pregão, o dólar comercial era negociado a R$ 1,644 na compra e R$ 1,646 na venda, alta de 0,67%. O valor de fechamento é o maior desde o dia 10 de junho.
No entanto, o especialista acredita que a formação da taxa, hoje, fica distorcida em função do baixo volume de negócios ocasionado pelo feriado do Dia do Trabalho nos EUA. O giro interbancário foi de apenas US$ 1,28 bilhão, contra os US$ 5,5 bilhões observados na sexta-feira.
Na roda de pronto da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F) a moeda fechou com valorização de 1%, também a R$ 1,646. O volume financeiro somou US$ 186,25 milhões.
De acordo com Batistel, a partir de amanhã, com o mercado externo voltando à normalidade, a taxa de câmbio deve refletir a alteração nas apostas dos investidores estrangeiros no mercado futuro.
Segundo o gerente, os estrangeiros já teriam desfeito todas as apostas contra o real e passaram a montar posições vendidas, ou seja, apostas de valorização da moeda brasileira. Amanhã poderemos ver esse movimento com mais clareza.
Para o gerente, a elevada taxa de juros no Brasil não sustenta as posições futuras contra o real, pois o diferencial de juros seguirá atraindo recursos externos para operações de renda fixa.
No entanto, ressalva o especialista, a depreciação do dólar não deve ser tão intensa quanto à observada desde o começo do ano, pois os saldos comerciais estão em tendência de baixa, enquanto o déficit em conta corrente continua aumentando.
(Eduardo Campos | Valor Online)