Invenção reduz custo e tempo de confecção de lentes
Tecnologia desenvolvida na Unicamp deve beneficiar comunidades carentes e moradores de pequenas cidades
A produção de lentes oftalmológicas a custos mais baixos e em prazo muito inferior ao praticado hoje pelo mercado são os principais avanços conquistados a partir de uma técnica inédita desenvolvida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Edison Bittencourt explica que a diminuição do tempo de fabricação das lentes é possível graças à injeção da resina em um molde transparente que, quando exposto à irradiação com raios ultravioleta se polimeriza, ou seja, torna-se um sólido de alta transparência. Ele ressalta ainda que o equipamento que emite as radiações ultravioletas é produzido no Brasil. “A utilização das emissões UV traz benefícios à tecnologia desenvolvida, já que há boa relação custo benefício, baixo consumo de energia e rápida formação das lentes”, acrescenta Zangiacomi, que garante que as propriedades das lentes oftalmológicas como resistência, dureza, calor e uniformidade, foram mantidas no processo.
No que diz respeito ao custo, o grande diferencial foi a utilização de compostos nacionais para criar a resina, o que barateou a produção das lentes. “A resina desenvolvida ainda possui elementos importados em sua composição, mas em quantidade muito menor”, afirma Zangiacomi.
Inventores querem beneficiar comunidades carentes
Zangiacomi e Bittencourt revelam que um dos objetivos do novo processo é adaptar a produção de lentes para o uso em postos oftalmológicos móveis, atuando com forte foco no atendimento às comunidades carentes. “O ideal é que essa técnica seja aplicada em unidades oftalmológicas que alcancem cidades distantes e populações carentes, de forma que o paciente seja atendido por um especialista e já saia com os óculos prontos”, diz Bittencourt.
Denis J. Ribeiro, presidente do Conselho Regional de Ótica e Optometria, diz que todo o todo o processo de confecção de óculos pode consumir em torno de três dias úteis, já que participam as indústrias que confeccionam as lentes, os laboratórios óticos que dão a graduação específica e os responsáveis pelo corte das lentes de acordo com a armação. O desafio dos pesquisadoes é reduzir este prazo e trazer maior agilidade para os pacientes.
A produção com a nova técnica ainda não tem data prevista de entrada no mercado. O principal empecilho para o andamento do projeto é a seleção de empresas habilitadas a lidar com a nova tecnologia e que estejam capacitadas para montar as unidades móveis. Os pesquisadores, entretanto, mostram-se otimistas. "Estamos confiantes de que essa nova tecnologia pdoerá trazer muitos benefícios", afirmam.