Ao todo, 243 pessoas morreram e 27 seguem desaparecidas após a tragédia
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Ao todo, 243 pessoas morreram e 27 seguem desaparecidas após a tragédia

A Vale está sendo acusada de omitir informações sobre parte dos terrenos atingidos pela lama em Brumadinho , na Região Central de Minas Gerais, que têm potencial de mineração.

Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), há esse potencial em locais devastados pela tragédia provocada pelo rompimento da barragem da mineradora localizada em Brumadinho .

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De acordo com o órgão, isso não foi informado aos donos dos terrenos e nem à Defensoria Pública , que homologou acordos de indenização entre a mineradora e os moradores

Para o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a informação dá direito aos moradores de reivindicar mais dinheiro do que está sendo oferecido pela empresa. A força-tarefa formada pela Defensoria Pública da União e pelos ministérios públicos Estadual e Federal pede à Defensoria Pública de Minas providências para que as famílias que aceitaram o acordo com a Vale não fiquem prejudicadas.

A polêmica está debaixo de toneladas de lama, e a área coberta de rejeitos de minério da barragem que se rompeu em Brumadinho pode ser lucrativa para a Vale. São 905 hectares que ficam perto do Córrego do Feijão — área equivalente a 900 campos de futebol. O terreno, que está sem vida, era fonte de renda para agricultores da região antes da tragédia. No local existiam sítios, plantações e criações de animais que serviam de sustento para moradores.

O que ninguém sabia é que debaixo desse solo existe uma jazida mineral, e a Vale mira nela há pelo menos 13 anos. O documento da ANM mostra que a mineradora começou o processo de pesquisa no terreno em 2006.

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Pesquisa Sob sigilo

A área foi vasculhada pela empresa durante quatro anos, com autorização da agência. Segundo a Vale, o relatório final, apresentado à ANM, foi positivo quanto à existência de minério. A empresa informou que na região foi encontrado um potencial minerário pequeno, contestado por alguns especialistas.

Segundo o MAB, a falta de transparência nas informações prejudica as famílias.

"É uma postura de um criminoso que amplia cada vez mais o seu crime na medida em que ele sonega as informações à população e, com isso, consegue retirar direitos dessa população", afirmou Joceli Andreoli, membro da Coordenação Nacional do MAB.

O processo de pesquisa minerária está sob sigilo a pedido da Vale, e a data dessa solicitação gerou desconfiança. O sigilo foi pedido à ANM no dia 9 de abril deste ano, quatro dias depois da assinatura do termo de compromisso feito com a defensoria. O MP pediu informações sobre o processo à ANM.

Em nota, a Vale informou que solicitou o sigilo para o conteúdo de todos os seus processos e relatórios, e não somente o desse caso. Segundo a empresa, por uma questão de estratégia de negócio, e essa solicitação está em análise pela ANM. No fim da tarde de ontem, a empresa disse que “jamais” realizará “exploração minerária nas áreas próximas à mina do Córrego do Feijão.” A tragédia de Brumadinho provocou 243 mortes; 27 estão desaparecidas.

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