O reajuste suspenso visava recuperar R$ 0,12 por litro de diesel vendido pela Petrobras; agora, defasagem chega a R$ 0,16
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O reajuste suspenso visava recuperar R$ 0,12 por litro de diesel vendido pela Petrobras; agora, defasagem chega a R$ 0,16

A Petrobras já deixou de arrecadar cerca de R$ 91 milhões desde a última sexta-feira (12), quando  o reajuste de 5,7% no preço do diesel nas refinarias foi suspenso a pedido de Jair Bolsonaro (PSL). O cálculo foi feito pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), levando em consideração a diferença entre o custo de importação do derivado e o cobrado pela estatal no mercado interno.

Segundo Sergio Araujo, presidente da Abicom, a defasagem do diesel aumentou ainda mais nos últimos dias com o avanço das cotações do barril de petróleo no mercado internacional e do dólar, que influenciam o preço do combustível importado. Na quinta-feira (11), o barril do tipo Brent era cotado em US$ 70,83; hoje, já alcança US$ 72,12. No período, o dólar subiu de R$ 3,86 para R$ 3,93. 

Segundo os cálculos da Abicom, o reajuste suspenso tinha como objetivo recuperar R$ 0,12 por litro de diesel vendido pela Petrobras. Agora, a defasagem no preço chega a R$ 0,16, provocando perdas. "O preço vem subindo no mercado internacional. A Petrobras não suporta esses aumentos sem repassar. Isso vai se reverter em prejuízos para a companhia", avalia Araujo.

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A estatal, que domina os mercados de refino e distribuição de combustíveis no Brasil, importa cerca de 16% do diesel consumido no País. A escalada do preço internacional no preço do petróleo, se não repassada aos combustíveis pela Petrobras, também prejudica outros importadores.

"Todos os agentes importadores estão parados porque não têm como importar diesel com a Petrobras vendendo o combustível mais barato no Brasil do que compra no exterior. Com as declarações [do governo] são de que a companhia é independente, já estamos esperando um aumento nos preços", completou o presidente da Abicom.

Na terça-feira, os ministros da Economia, Paulo Guedes, e de Minas e Energia, Bento Albuquerque, declararam que caberá à Petrobras decidir o reajuste do diesel . O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, vem argumentando que a empresa possui instrumentos financeiros de proteção capazes de amortecer as perdas com a defasagem no preço dos combustíveis por um certo período.

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