Diretoria dos Correios considerou decisão do TST um grande avanço, mas trabalhadores veem ataque à jurisprudência
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Diretoria dos Correios considerou decisão do TST um grande avanço, mas trabalhadores veem ataque à jurisprudência

Trabalhadores dos Correios de diversos Estados aprovaram, em assembleia realizada nesta terça-feira (13) o fim da greve que havia sido deflagrada na última segunda-feira (12). O retorno aos trabalhos se dará a partir desta quarta-feira (14). De acordo com a federação da categoria, apenas dois Estados ainda terão assembleias nos próximos dias para avaliar a continuidade da paralisação: Rio de Janeiro e São Paulo.

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A decisão foi tomada após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgar o impasse sobre o plano de saúde dos empregados. A direção dos Correios defendia a cobrança de mensalidade dos funcionários e restrição do benefício apenas a estes. Os trabalhadores eram contrários a qualquer mudança no sistema, que garantia seguro-saúde a dependentes (incluindo pai e mãe) com pagamento por procedimento utilizado, e não por parcela fixa mensal.

Este acabou se tornando o principal impasse da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho, tendo sido encaminhado para análise do TST. O tribunal aprovou a proposta do relator do processo, ministro Aloysio Corrêa, prevendo o pagamento de mensalidades variando por idade e remuneração, na modalidade de co-participação na qual os trabalhadores passam a ter que arcar com 30% dos valores e a empresa, com 70%. Já pais e mães serão cobertos pelo plano até o encerramento do ACT em vigor, em julho de 2019.

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Por meio de nota, a empresa informou que, na tarde desta terça-feira, o TST determinou a manutenção de efetivo mínimo de 80% dos trabalhadores em cada unidade durante o período em que o movimento fosse mantido.

Segundo a diretoria da estatal, o julgamento do TST  foi um grande avanço. “A decisão ficou distante da nossa proposta inicial, mas é um reconhecimento de que o custeio tem que ser compartilhado e o primeiro passo importante para a sustentabilidade do plano e dos próprios Correios”, disse o presidente da empresa, Guilherme Campos.

No entanto, para Federação Nacional dos Trabalhadores do Correios (Fentect), o tribunal rasgou sua jurisprudência e atingiu os trabalhadores, que terão dificuldades de arcar com os custos do plano de saúde. Com o fim da greve, os sindicatos de trabalhadores se manterão mobilizados para fazer a defesa da empresa contra as ameaças de privatização.

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“Tenho 20 anos nos Correios e em nenhum momento a empresa precisou de recursos da União para se manter. A presença dela é papel do Estado brasileiro. Correios têm condição de dar lucro, mas passou por ataque do próprio governo violento, que deixou a empresa descapitalizada. É preciso melhorar a gestão e garantir investimentos para que a companhia passe por este momento de crise”, afirmou José Rivaldo da Silva, secretário-geral da federação.

*Com informações da Agência Brasil

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