Caio Paes de Andrade será o quinto presidente no comando da empresa em pouco mais de um ano e meio
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Caio Paes de Andrade será o quinto presidente no comando da empresa em pouco mais de um ano e meio

O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta segunda-feira (27), por sete votos a três, o nome de Caio Paes de Andrade para a presidência da estatal. Esse é o quinto presidente da estatal no governo Bolsonaro. Ainda não há data para a posse dele no comando da estatal. 

O nome de Paes de Andrade foi colocado em pauta pouco mais de 30 dias após a indicação do presidente Jair Bolsonaro (PL). Comissões da estatal suspeitaram sobre o currículo do novo presidente, mas o Comitê de Elegibilidade (Celeg) entendeu que as inconsistências não são impeditivas para assumir a empresa.

O novo presidente da petroleira era assessor de Desburocratização do Ministério da Economia e assume a Petrobras após a renúncia de José Mauro Coelho, na última segunda-feira (20). Paes de Andrade foi indicado em 23 de maio, mas não assumiu o cargo devido à necessidade de análise curricular.

Além do novo comandante e de Coelho, a Petrobras contou com a gestão de Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna e Fernando Borges, este último como interino até esta sexta-feira. Todas as trocas foram feitas a partir de fevereiro de 2021.

Os fortes reajustes nos combustíveis e a pressão às vésperas das eleições provocaram um reboliço no Palácio do Planalto por medo de perder apoio de caminhoneiros e parte do eleitorado por conta dos preços nas bombas. Outra preocupação é o impacto da gasolina e diesel no resultado final da inflação.

O Planalto tem exposto o medo com a possibilidade de a oposição usar a inflação para atacar as medidas do governo e evitar um colapso de Bolsonaro no primeiro turno das eleições. A pressão sobre o governo aumentou após a divulgação da pesquisa Datafolha. Segundo o levantamento, divulgado na última quinta-feira (23).

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As promessas de Bolsonaro para a Petrobras

Após zerar impostos federais e forçar estados a reduzir a alíquota de ICMS sobre os combustíveis, Bolsonaro dá mais um passo em busca de segurar os efeitos da alta nos combustíveis. A entrada de Caio Paes de Andrade na presidência da Petrobras é vista pelo governo como um aumento da possibilidade de intervir nos reajustes.

Em pronunciamentos, Bolsonaro já declarou que Paes de Andrade deverá segurar os preços dos combustíveis e poderá até alterar a política de preços. No entanto, o desejo do governo esbarra no Conselho de Administração e no mercado financeiro.

Na visão do mercado, o PPI mantém a atratividade de investimentos em diesel no Brasil. Como o país consegue abastecer apenas 70% das fortes de diesel, por exemplo, outros 30% seriam necessários importar.

Para a Petrobras, os reajustes acontecem justamente para manter a rentabilidade de investimentos no Brasil e evitar um desabastecimento. Sem os 30% importados, o Brasil entraria em colapso e poderia provocar efeitos piores aos da greve dos caminhoneiros em 2018.

Já o Conselho de Administração, embora seja maioria governista, vê a mesma situação. Entretanto, alguns membros sugeriram discutir alterações de alguns tópicos no PPI. A ideia foi apresentada, mas ainda não tem data para ser colocada em discussão na reunião do Conselho.

** João Vitor Revedilho é jornalista, com especialidade em política e economia. Trabalhou na TV Clube, afiliada da Rede Bandeirantes em Ribeirão Preto (SP), e na CBN Ribeirão. Se formou em cursos ligado à Rádio e TV, Políticas Públicas e Jornalismo Investigativo.

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