Presidente da Petrobras descarta mudar política de preços para baratear gás de cozinha
Sophia Bernardes
Presidente da Petrobras descarta mudar política de preços para baratear gás de cozinha

Executivos da Petrobras apresentaram nesta segunda-feira (27), em entrevista coletiva, explicações sobre a formação do preço dos combustíveis, cuja alta foi mencionada mais cedo pelo presidente Jair Bolsonaro em cerimônia em Brasília. O presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, e sua diretoria, afirmaram que no caso do preço do litro da gasolina, a participação da estatal não passa de R$ 2. Nos postos de gasolina, o litro do combustível já é vendido em patamar próximo a R$ 7. "Não há mudança na políticas de preços da Petrobras. Reforço essa ideia", disse.

Bolsonaro atribuiu a alta do preço dos combustíveis à política de preços da Petrobras. Mas o presidente tem responsabilizado governadores por impostos estaduais que incidem sobre os combustíveis.

Perguntado se a Petrobras deveria colaborar com alguma política de redução do preço do botijão de gás de cozinha, Luna respondeu:

"A parte da Petrobras está sendo feita, que é recolher tributos e dividendos (à União), já recolhemos cerca de R$ 15 bilhões e temos perspectiva de aumentar isso. A forma de aplicação desses recursos cabe ao governo, não à Petrobras".

Também nesta segunda-feira, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que os problemas econômicos do país são efeitos em decorrência da pandemia também enfrentados por outras nações e mencionou a alta do preço do gás de cozinha.

O presidente citou, por exemplo, o Reino Unido, onde, segundo ele, o preço do gás natural subiu 300%, e os Estados Unidos, onde o preço da gasolina aumentou 40%.

Em relação ao preço dos combustíveis, Bolsonaro ressaltou que não há muito o que se fazer em razão do arcabouço normativo que rege a atuação da Petrobras. O presidente relembrou quando, no início do ano, pressionou a estatal pelo aumento do preço da gasolina, o que levou à troca da presidência da empresa.

Segundo Bolsonaro, embora o grande acionista da empresa seja o governo federal, ele não possui o poder de decidir coisas dentro da empresa. O presidente lembrou que, no momento da troca de presidentes, a Petrobras perdeu "dezenas de bilhões de reais" em seu valor na Bolsa de Valores.

"Ninguém trabalha sob pressão. Trabalha com observações, como hoje estive com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, conversando sobre a nossa Petrobras, o que nós podemos fazer para diminuir o preço na ponta",  afirmou.

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