Paulo Guedes e Skaf, presidente da Fiesp
Rovena Rosa/Agência Brasil
Paulo Guedes e Skaf, presidente da Fiesp

Após recuo do presidente Jair Bolsonaro na briga com o Judiciário, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) publicou, ontem à noite (9), o manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, em que pede harmonia entre os Poderes da República.

Após almoçar com o ex-presidente da República, Michel Temer, Jair Bolsonaro  divulgou uma nota para falar sobre a crise entre os Poderes. O texto deveria ter sido divulgado no Sete de Setembro, mas a associação dos empresários esperou a "declaração à nação" do presidente.

A Fiesp já havia adiado a divulgação do texto em virtude de temer retaliação do governo em meio à ameaças feitas pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e após os bancos públicos anunciarem que deixariam a Febraban (Federação Brasileira dos bancos).

“A representação arquitetônica da Praça dos Três Poderes expressa a independência e a harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”, diz o texto, que não conta com a assinatura da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

“O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer de forma sustentada e continue a gerar empregos.”

Leia a íntegra:

A representação arquitetônica da Praça dos Três Poderes expressa a independência e a harmonia entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Essa é a essência da República. O espaço foi construído formando um triângulo equilátero. Os vértices são os edifícios-sede de cada um dos Poderes.

Essa disposição deixa claro que nenhum dos prédios é superior em importância, nenhum invade o limite dos outros, um não pode prescindir dos demais. Em resumo, a harmonia entre eles tem de ser a regra. Esse princípio está presente de forma clara na Constituição Federal, pilar do ordenamento jurídico do país. Diante disso, é primordial que todos os ocupantes de cargos relevantes da República sigam o que a Constituição impõe.

As entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada da tensão entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer de forma sustentada e continue a gerar empregos. Esta mensagem não se dirige a nenhum dos Poderes especificamente, mas a todos simultaneamente, pois a responsabilidade é conjunta.

Mais do que nunca o momento exige aproximação e cooperação entre Legislativo, Executivo e Judiciário. É preciso que cada um atue com responsabilidade nos limites de sua competência, obedecidos os preceitos estabelecidos em nossa Carta Magna. Esse é o anseio da Nação brasileira.


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