Nilson Oliveira teme o impacto da nova alta dos combustíveis em suas finanças
Marcos Porto/Agência O Dia
Nilson Oliveira teme o impacto da nova alta dos combustíveis em suas finanças

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) novo reajuste nos preços dos combustíveis. A partir deste sábado (18), a gasolina sobe nas refinarias de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, um aumento de 5,18%. Com o diesel, o preço por litro terá alta de R$ 4,91 para R$ 5,61, o que equivale a um reajuste 14,26%.

A partir de hoje, condutores como Carlos Alberto Soares terão uma real noção do impacto nas finanças após a alta no preço dos combustíveis. O misto de aflição e indignação do escrevente, de 47 anos, é uma preocupação recorrente dos brasileiros, que têm se virado para driblar a inflação recorde e a escalada dos preços dos combustíveis no país. Alheio à guerra de narrativas entre a estatal e o governo (municipal, estadual e federal), Carlos lamenta o fato de, no fim, a conta sempre sobrar para a população.

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"É uma situação absurda. Para quem trabalha com táxi, aplicativo, frete ou que depende de qualquer transporte público, como ônibus, fica insustentável. Pesa bastante no orçamento. Temos visto governantes se movimentado para tentar diminuir o valor do combustíveis, mas em termos práticos nada acontece. Já não sei a quem criticar, pois o governo federal culpa o estadual, o municipal ou vice-versa. O sentimento que fica é de indignação", disse Carlos Alberto.

Após 99 dias sem reajuste, o preço da gasolina voltará a subir. 'Congelado' a 39 dias, o diesel que chega às bombas terá um impacto ainda maior para os condutores, passando de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro (alta de 14,26%).

A influência da guerra na Ucrânia, deflagrada após a invasão da Rússia, que é um dos maiores produtores de petróleo no mundo, impacta diretamente a alta do barril no mercado internacional. A elevação do câmbio e o temor de desabastecimento do diesel no Brasil impactam o preço dos combustíveis, principalmente pela prática de paridade internacional de preços da empresa, chamado PPI.

A esses ingredientes, o engenheiro aposentado Nilson Oliveira, de 68 anos, acrescenta questões externas ligadas à política na complexa a formação da tabela de preços da estatal.

"Vai acontecer o reajuste, mas tem muita coisa escondida nesse contexto. Obviamente, uma empresa, seja estatal ou privada, não pode bater o martelo ou agir de qualquer forma. No caso da Petrobras, mudanças passam pela Câmara, Senado. Hoje, vejo muita questão política nessa briga, além dos fatores externos que contribuem para a alta", disse Nilson Oliveira.

O reajuste caiu como uma bomba em Brasília, após os seguidos pedidos do presidente Jair Bolsonaro (PL) a favor do congelamento dos preços durante o período de ajustes do projeto de lei que estabelece um teto para o ICMS, já aprovado na Câmara e no Senado. O presidente da República se disse traído pelo Conselho de Administração da Petrobras, enquanto o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) subiu o tom, cobrando a renúncia imediata do presidente da estatal, José Mauro Ferreira Coelho, além de mencionar a criação de uma possível CPI para investigar toda a cúpula da empresa.


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