Rodrigo Pacheco
Jefferson Rudy/Agência Senado
Rodrigo Pacheco

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta quinta-feira (12) que a proposta de privatizar a Petrobras, sugerida pelo novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida , "não está no radar". O senador acrescentou que o Congresso não se debruçará sobre o tema no momento. 

"Em relação a esse tema, eu já disse outras vezes e reitero que os estudos, o aprofundamento de modelos, de possibilidades, eu acho importante que tenhamos um estudo aprofundado sobre possibilidades relativamente à Petrobras. Mas não considero que esteja no radar ou na mesa de discussão neste momento a privatização da empresa porque o momento é muito ruim para isso", afirmou o presidente do Senado após participar de uma reunião com secretários de Fazenda dos estados.

Em seu primeiro pronunciamento como ministro de Minas e Energia, Sachsida disse que vai priorizar a privatização da Eletrobras, da Petrobras e da PPSA, que cuida do pré-sal. 

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"Precisamos dar prosseguimento ao processo de capitalização da Eletrobras. É fundamental avançarmos no projeto, sinal importante para atrair mais capital ao Brasil e mostrar que o Brasil é o porto seguro do investimentos", afirmou Sachsida.

"Meu primeiro ato como ministro de Minas e Energia é solicitar ao ministro Paulo Guedes, presidente do conselho do PPI, que leve ao conselho a inclusão da PPSA no PND (Plano nacional de Desestatização) para avaliar as alternativas para a sua desestatização. Ainda como parte do meu primeiro ato, solicito também o início dos estudos tendentes a proposição das alterações legislativas necessárias a desestatização da Petrobras", adicionou o novo ministro.

Hoje, Pacheco disse que essa "não é uma medida rápida de ser tomada" e que até poderia ser estudada com "muito diálogo e participação da sociedade civil", porque a "Petrobras é um ativo nacional".

"Muito embora nós estejamos vivendo um momento muito agudo de crise relativamente aos combustíveis, e fica essa dicotomia desse lucro estratosférico e desproporcional da Petrobras frente a outras companhias do mundo, nós temos que reconhecer que é um ativo nacional, que é uma empresa bem-sucedida no nosso país, que precisa ser valorizada", afirmou o presidente do Senado.

Como alternativa, Pacheco sugeriu usar fundos da própria empresa para frear a alta dos combustíveis, o que se daria por meio de propostas legislativas.

"A Petrobras precisa contribuir para a solução do preço dos combustíveis, e isso se dá sentando à mesa, dialogando e, eventualmente, comungando dos esforços do Senado de poder criar essa conta de equalização com os dividendos da União em relação aos lucros da Petrobras", declarou.

Lula prometeu desfazer medida

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu nesta quarta-feira (11) que reverterá uma possível privatização da Petrobras . O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, já manifestaram apoio à ideia e o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, conduzido ao cargo ontem, pediu estudos sobre a desestatização da empresa e da PPSA, responsável pelo Pré-sal.

"Quem se meter a comprar a Petrobras vai ter que conversar conosco depois da eleição", declarou Lula em Juiz de Fora (MG), onde criticou possíveis privatizações do governo Bolsonaro.

Caminhoneiros criticam

Wallace Landim, o Chorão, divulgou uma nota nesta quarta-feira (11) criticando a possível privatização da Petrobras e PPSA , responsável pelo Pré-sal. Landim é presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores) e um dos líderes da greve dos caminhoneiros de 2018.

O caminhoneiro diz que a categoria recebe com "surpresa e indignação" a informação da inclusão das estatais no PND (Plano nacional de Desestatização).  

"O Brasil precisa de uma estratégia de curto prazo para frear essa voracidade
da Petrobras em saquear o bolso dos brasileiros, e não vender a PPSA e a
Petrobrás. A PPSA é uma estatal puro sangue Brasileira, estratégica, é ali que estão todas as reservas de petróleo e o direito de extração, nós caminhoneiros e brasileiros não vamos aceitar calados a sua venda", diz a nota. 

"O problema que precisa ser enfrentado agora é a politica de preços da
Petrobras. O povo não aguenta mais nenhum aumento de gasolina, gás de
cozinha e as consequências dos aumentos sequenciais do óleo diesel", completa.

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