A carne vermelha, que já estava cara, sofreu mais aumentos no último ano: 8% no acumulado em 12 meses. Com isso, a procura por outra proteína aumento: o ovo passou a aparecer mais vezes no prato dos brasileiros. O aumento de 7% no seu preço em apenas um mês, março, acende um alarme.
"Podemos esperar uma piora no poder de compra das famílias de baixa renda que irão reduzir ainda mais o consumo de proteína animal e irão perceber produtos derivados de ovo, como o pão, também aumentando o preço", adianta Eduardo Amêndola, economista e docente da Estácio.
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Os dados são levantados pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). E Eduardo explica o recente e expressivo aumento:
"Recentemente, a guerra na Ucrânia e o embargo ocidental a produtos da Rússia provocaram uma redução na oferta de fertilizantes no Brasil. Com isso, o preço dos fertilizantes aumentou, e a produção de grãos tornou-se mais custosa. Esse aumento foi repassado ao preço dos grãos e, posteriormente, ao preço dos ovos."
Nos últimos 12 meses, o ovo sofreu uma alta de cerca de 16% no preço.
"Estamos num contexto de aumento de preços generalizado, de inflação. A ração das aves está mais cara, o local em que as galinhas são criadas está com um custo maior de manutenção. O combustível tão caro aumenta o custo no transporte. A cadeia produtiva toda é impactada", explica a professora Vivian Almeida, do IBMEC, lamentando a situação: "E o aumento do preço do ovo é um transbordamento. Ele é um alimento que está no final da cadeia. Depois que o consumidor chega a depender do ovo, só tem os ultraprocessados, que são opções ruins para a alimentação."