Dinheiro na mão
José Cruz/ Agência Brasil
Dinheiro na mão

Os dados do desemprego em 2022 ainda não foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – o último foi o divulgado no final de janeiro com dados de novembro de 2021 e mostrava que 12,4 milhões de pessoas ainda estão sem ocupação –, e a inflação de dois dígitos (o Índice Nacional de Preços ao Consumidor fechou o ano de 2021 em 10,16%) impactam negativamente o bolso do brasileiro, que anda gastando mais para comer, pagar aluguel, contas de consumo, combustível, entre outras despesas. Diante desse cenário, as dificuldades financeiras de 2021 acabaram entrando em 2022.

Uma pesquisa realizada em janeiro de 2022 pela Acordo Certo, fintech do Grupo Boa Vista voltada para renegociação de dívidas, revelou que 88% dos consumidores possuem dívidas e, desses, 57% afirmaram que está difícil suprir todas as necessidades básicas com a renda mensal.

O estudo mostrou, ainda, que 32% dos consumidores entrevistados estão mais endividados neste ano do que no início de 2021. O que significa 4% de crescimento em relação ao ano passado.

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Para Bruna Allemann, educadora financeira da Acordo Certo, a pesquisa revela uma das maiores preocupações dos brasileiros atualmente: as finanças domésticas. E, não seria para menos, já que o mês de janeiro registrou uma inflação acumulada em 12 meses de 10,38% e o salário mínimo não cresceu na mesma proporção. A alta acumulada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até janeiro chegou a 10,38%. É a maior desde novembro de 2021 (10,74%). No recorte de 12 meses até janeiro, trata-se da taxa mais elevada desde 2016 (10,71%).

"Inclusive, recentemente, o Dieese divulgou uma pesquisa que apontava justamente para isso. De acordo com eles, o salário mínimo ideal do brasileiro seria de R$ 6 mil para arcar com as contas mensais", ressalta a especialista.

Ou seja, quando os preços sobem, a população sente na pele. Não é à toa que 51% dos consumidores entrevistados pela plataforma declaram que os gastos familiares aumentaram em 2021. Além disso, 53% concordaram que foi pior pagar as contas do dia a dia no ano passado, se comparado ao ano anterior.

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"'Está difícil'. Essa é a frase que mais escutamos. Mas, ainda assim, o que não podemos deixar é que a situação difícil nos mantenha estagnados. Hoje, existem infinitas possibilidades para negociação de dívidas, com parcelas de até R$ 30 que não afetam tanto o orçamento familiar", comenta a educadora financeira, que defende que a organização para sair da dívida é o princípio básico para alcançar o bem-estar e, futuramente, a liberdade financeira.

Expectativas para 2022

O consumidor possui uma perspectiva bem definida sobre o que esperar para este ano. Do ponto de vista pessoal, 49% têm a expectativa de melhora financeira. Entretanto, não acreditam que o mesmo acontecerá a nível nacional, 45% acha que a situação econômica do Brasil vai piorar em 2022.

Os consumidores enxergam uma luz no fim do túnel com as facilidades que encontram para quitar suas dívidas. 44% estão otimistas no que diz respeito à facilidade de fazer os pagamentos. Porém, esse número ainda é 3% menor que o ano anterior.

Seguindo a linha do ano anterior e de olho na inflação (impacto direto no dia a dia como supermercado e alimentação em geral), 38% dos entrevistados esperam mais aumentos dos gastos da família em 2022. Ou seja, houve um crescimento de 7% em relação à percepção do ano anterior.

Metodologia

Pesquisa on-line foi realizada entre os dias 19 de janeiro a 1º de fevereiro, com 1.385 pessoas cadastradas na plataforma da empresa.

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