Casa própria
Sophia Bernardes
Casa própria

No Brasil, ter a casa própria é um sonho para 87% da população. Entre os mais jovens, entre 21 e 24 anos, o percentual chega a 91%, e o percentual vai caindo até estacionar em 81%, entre aqueles na faixa etária de 60 anos ou mais. Além disso, o percentual de quem deseja ter o imóvel próprio é maior entre a população nas classes D e E (92%), do que na classe A (70%), e nas classes B(80%) e C (88%). Os dados fazem parte de uma pesquisa sobre moradia e comportamento de proprietários e inquilinos, que ouviu mais de 3 mil brasileiros de todas as regiões do país. Encomendado pela plataforma Quinto Andar, o estudo foi realizado em parceria com o Instituto Datafolha.

Em uma escala de 0 a 10, a nota média dada para a importância da casa própria ficou em 9.7 - a mesma atribuída à profissão. A estabilidade financeira teve uma nota média de 9.6. Depois aparecem família (9.4), plano de saúde (9.2), religião (9), negócio próprio (8.8), carro (8.5), filhos (7.9) e casar (6.9). E para 95% das pessoas, a casa é o seu local favorito e é onde 76% passam a maior parte do tempo.

A pesquisa também mostra que 62% dos imóveis no Brasil estão quitados e 8%, financiados, com 27% das pessoas morando de aluguel. A maior parcela da população com imóveis quitados do Brasil está localizada na região Norte (76%), seguida de Nordeste (73%), Sul (72%), Sudeste (67%) e Centro-oeste (65%), sendo que quase a metade deles tem mais de 20 anos de construção (45%) e outros 23% até 10 anos. Além disso, 88% das pessoas moram em casas - 75% em ruas abertas e 12% em vilas ou condomínios. Dentre as classes econômicas, as casas também são predominantes, sendo 81% nas classes AB, 87% na C e 94% nas D e E.

"O brasileiro dá uma importância muito grande à casa própria, mas a pesquisa captou que boa parte já possui um imóvel, embora em grande parte dos casos em condições precárias. Além disso contrariando o que muitos pensavam, o desejo pela casa própria está mais presente entre os jovens de 21 a 24 anos do que entre os mais velhos", ressalta Thiago Reis, gerente de Data Communications da plataforma Quinto Andar.

Brasileiros dão mais valor aos itens básicos

Em uma escala de 0 a 10, os entrevistados deram uma nota 8,2 de satisfação para os lares, sendo que a média aumenta de acordo com a renda – 8 foi a nota dada por quem ganha até dois salários mínimos mensais e 8,7 por aqueles que recebem mais de 10 salários.

O levantamento também avaliou os recursos presentes nos imóveis brasileiros e aqueles que ainda são objetos de desejo. Dentre eles, destaque para a caixa d’água, presente em 81% das casas e desejada por 85% das pessoas que moram em casas e ainda não a possuem. Já o chuveiro elétrico, que está contemplado nos apartamentos de 88% das pessoas das classes AB, está presente em apenas 44% dos imóveis das classes DE. Também são valorizados itens de segurança, lazer e economia, como: sistema de segurança, garagem coberta, painel solar, descarga econômica, jardim ou quintal e reserva para captação de água.

Ao avaliar a configuração mais comum dos imóveis, o levantamento identificou que, em média, as residências possuem dois quartos (47%) e um banheiro (65%). Além disso, 56% dispõem de garagem e 53% de varanda. Por outro lado, apenas 4% dos entrevistados afirmaram ter espaços para home office, demanda crescente em meio à pandemia, principalmente entre as classes mais altas. De acordo com a pesquisa, 54% das pessoas já fizeram reformas em sua residência, sendo 28% por motivos estéticos e 12% por motivos estruturais. Também foi identificado que o tamanho da casa não é de conhecimento da maioria dos brasileiros. Porém, dentre os que sabem estimar, a maioria afirma que o imóvel tem entre 50m² e 100m².

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No Brasil, 85% das pessoas dividem o imóvel com outras pessoas

Segundo a pesquisa, 85% dos entrevistados dizem morar com alguém, sendo que 37% vivem com os filhos, 23% com o cônjuge e 10% com pai e mãe.

Os animais também são uma companhia para 61% das pessoas, sendo que 47% possuem cachorros, 22%, gatos, 5%, pássaros e 6%, outros pets.

Já dentre as pessoas que moram sozinhas, 37% têm mais de 60 anos, 27% são aposentadas e 16% possuem algum tipo de deficiência.

Quarto é o cômodo preferido de 42% da população

Devido ao isolamento social, nos últimos anos a casa virou o local onde as pessoas mais têm passado o tempo, sendo natural que alguns de seus cantos ganhem mais relevância, assim como a criação de novos hábitos. Segundo o Censo QuintoAndar de Moradia, o quarto é o cômodo mais querido dentre a população (42%), seguido pela sala (26%) e pela cozinha (9%).

Dentre os hábitos em casa que ganharam mais frequência desde o início da pandemia, estão: orações (64%), tarefas domésticas (60%), cozinhar (56%) e ouvir música (56%) – sendo que cozinhar já era uma atividade frequente para 81% da população, assim como cuidar de plantas (69%) e receber amigos (76%).

O trabalho remoto também foi uma mudança em decorrência da crise sanitária, sendo que uma em cada quatro pessoas (26%) começou a fazê-lo com mais frequência. Dentre os trabalhadores que tiveram a oportunidade de trabalhar de casa, 42% têm ensino superior e a maior parte está em classes mais altas – na classe A, 48% das pessoas passaram a fazer home office.

Metodologia da pesquisa

Ao todo, foram realizadas 3.186 entrevistas com a população brasileira, com idade a partir de 21 anos, em todas as cinco regiões do país (Sudeste, Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste). Há, ainda, uma amostra representativa das regiões metropolitanas de Rio, São Paulo e Belo Horizonte e dos macropolos da Baixada Santista e de Ribeirão Preto. A pesquisa foi feita por meio de entrevistas pessoais em pontos de fluxo populacional entre os dias 11 e 21 de outubro de 2021 e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos para o total da amostra

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