Papa Francisco
Luciano Rodrigues
Papa Francisco

O papa Francisco recebeu nesta segunda-feira (31) representantes da Agenzia delle Entrate, órgão público italiano que exerce funções relativas à gestão de pagamentos de impostos, e defendeu que os impostos devem ser usados para promover uma "redistribuição de riquezas" na sociedade.

"O fisco é sempre visto como algo que 'mete a mão no bolso' das pessoas, [...] mas, na realidade, a taxação é um sinal de legalidade e justiça. Deve favorecer a redistribuição das riquezas, protegendo a dignidade dos mais pobres e dos últimos, que sempre correm o risco de serem explorados pelos poderosos. O fisco, quando é justo, é uma função para o bem comum", disse o líder católico na audiência.

Segundo Francisco, a transparência no uso do dinheiro público também ajuda a fazer com que as pessoas entendam a importância de pagar os impostos.

"O fisco é visto como algo negativo se não se entende onde e como é gasto o dinheiro público - e isso pode ainda alimentar as suspeitas e o mau humor. Quem gere o patrimônio de todos tem a grande responsabilidade de não enriquecer", acrescentou, afirmando que quanto mais as pessoas souberem para onde o dinheiro vai, mais elas se "animarão" em pagar as taxas.

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Além de cobrar responsabilidade dos gestores, o Pontífice destacou que a "evasão fiscal é uma praga".

"O trabalho de vocês aparenta ser ingrato aos olhos de uma sociedade que coloca no centro de tudo a propriedade privada como algo absoluto e não consegue subordiná-la ao estilo da comunhão e do compartilhamento para o bem de todos. Porém, apesar dos casos de evasão fiscal, dos pagamentos fraudados, da ilegalidade difundida, vocês podem contar com a honestidade de muitas pessoas que não fogem de seu dever e que pagam o que devem contribuindo com o bem comum", pontuou.

Para o líder da Igreja Católica, "a praga da evasão fiscal é respondida pela simples retidão de muitos contribuintes, e isso é um modelo de justiça social".

Falando da Itália, Francisco ainda lembrou que o pagamento de impostos no país europeu "sustenta os médicos" e pediu que "o sistema de saúde gratuito seja continuado e defendido" pelos membros da agência. "Não podemos cair em um sistema sanitário por pagamento onde os pobres não têm direito a nada. Uma das coisas bonitas da Itália é isso e, por favor, continuem a conservar o sistema", declarou.

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