Mercado financeiro estima alta da Selic
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Mercado financeiro estima alta da Selic

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve elevar a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, pela sétima vez seguida nesta quarta-feira (8), para 9,25%, repetindo a alta de 1,5 ponto percentual da reunião anterior . O debate está centrado na sinalização do comunicado da decisão, já que o país enfrenta piora das expectativas de inflação e, ao mesmo tempo, uma recessão técnica .

A maior parte dos analistas avalia que o Banco Central manterá o tom mais duro e indicará novo aumento da Selic no mesmo ritmo para fevereiro, em razão da contínua piora das expectativas de inflação -  a estimativa para o IPCA na pesquisa Focus já está acima do teto da meta de 2022.

Em contrapartida, alguns economistas já veem espaço para o BC aliviar o discurso e indicar uma desaceleração do ritmo de alta para fevereiro, em razão dos dados fracos da economia. Veja o que dizem os analistas:

Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, em relatório

  • Espera alta de 1,5 pp na Selic e sinalização de outro aumento da mesma magnitude em fevereiro; vê Selic a 11,75% no final do 1º trimestre de 2022
  • Ajuste de 1,5 pp e elevação da Selic para patamar significativamente contracionista ajudarão no processo de desinflação, mesmo sendo insuficientes para garantir a convergência para a meta em 2022
  • Copom deve reforçar alerta sobre a necessidade de reduzir a incerteza fiscal; também deve repetir a mensagem que a Selic irá até o nível necessário para trazer a inflação para a meta no horizonte relevante para a política monetária

Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco

  • BC deve manter discurso duro e não abandonar totalmente a meta de inflação de 2022, mesmo após resultado fraco do PIB
  • Prevê alta de 1,5 pp agora e que a Selic subirá até 11,75% no fim do ciclo, em março
  • "O BC não deve mudar a comunicação. A bem da verdade, o horizonte de 2022 ainda está ao alcance das mãos"
  • Ainda é cedo para fazer a transição para começar a sinalizar uma redução do ritmo de alta da Selic de 1,5pp, que deve ser mantido nesta semana e no Copom seguinte

Alberto Ramos, economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs

  • Espera que BC eleve juro em 1,5pp nesta reunião e sinalize outro aumento igual em fevereiro devido à piora do cenário atual e futuro para inflação
  • "Mas o Copom pode também decidir por manter uma opcionalidade, ao simplesmente sinalizar a intenção de levar o juro adicionalmente em território restritivo, porém sem explicitamente indicar a magnitude da decisão no início de 2022 dada a dinâmica incerta sobre o crescimento, inflação e Covid"

Carlos Kawall, diretor da Asa Investments

  • BC deve elevar Selic em 1,5 pp, sinalizar mais uma de 1,5 pp em fevereiro e promover outra alta de 1,25 pp em março, chegando ao final do ciclo a 12%
  • "Não deve desacelerar para 1pp em fevereiro porque a inflação continua muito ruim"
  • "Desacelerar não faz nenhum sentido, no momento em que as expectativas de inflação estão subindo"

Gustavo Brotto, CIO da Greenbay Investimentos

  • Espera alta de 1,5 pp e que BC sinalize como mais provável um novo aumento de mesma magnitude para a primeira reunião de 2022; vê Selic a 11% ao final do ciclo
  • "Essa postura mais hawk é necessária para ancorar as expectativas de inflação mais longas, apesar dos dados recentes mais fracos de atividade"
  • Ainda que espere sinalização de 1,5 pp para fevereiro, Greenbay acredita que BC vai desacelerar o ritmo para 1pp naquele mês, porque "entre as reuniões do Copom irá se confirmar esse cenário de atividade econômica mais fraca"

Marcela Rocha, economista-chefe da Claritas

  • Copom deve manter ritmo de alta em 1,5pp agora; vê Selic a 11% no fim do ciclo em 2022
  • Comunicado deve reforçar que plano de voo inicial é ajuste da mesma magnitude na próxima reunião
  • No entanto, caso atividade siga frustrando e o cenário fiscal não tenha novos ruídos, deve ocorrer discussão sobre redução do ritmo de alta para fevereiro, quando o determinante será a inflação

Silvio Campos Neto, economista da Tendências

  • BC vai manter os 1,5pp em dezembro, "mas começo a ter dúvidas quanto à sinalização para fevereiro"
  • "A princípio, temos nova alta de 1,5pp, mas pela distância até a reunião, talvez ele não faça uma indicação tão explícita a respeito e, caso a inflação dê sinais de arrefecimento até lá, poderá inclusive reduzir o ritmo, até para fazer frente ao quadro da atividade".

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