O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (19) que a inflação no Brasil está "muito alta" e persistente. Campos Neto ainda comentou sobre futuras funcionalidades para o Pix que, segundo ele, "está só começando".
A respeito da inflação, o presidente do BC disse que a taxa brasileira está muito alta em relação a outros países. "Quando a gente olha o mundo emergente, a gente vê uma inflação muito alta no Brasil, só menor do que a Turquia", disse ele durante palestra no Meeting News, organizado pelo Grupo Parlatório.
Campos Neto ainda disse que o BC tem tentado conter a alta dos preços elevando os juros nos últimos meses. "O Banco Central tem atuado, elevando juros. Controlar inflação é um dos instrumentos mais importantes para o crescimento sustentado, emprego e renda. Momentos de inflação alta foram um dos piores momentos de transferência de renda no Brasil", declarou.
Segundo o presidente do BC, alguns "elementos locais para uma inflação mais persistente, que tem se disseminado de forma mais ampla recentemente" foram registrados no Brasil, que tem visto a inflação acelerar mais que outros países. "O que a gente precisa é ser atraente para o capital voltar a entrar no Brasil. O maior atrativo é a credibilidade", analisou.
Pix está só começando
A respeito do Pix, Campos Neto se mostrou esperançoso sobre as novas funcionalidades que surgirão no futuro. Segundo ele, a nova forma de pagamento liberou apenas 30% de todas as ferramentas que pode ter. "Quem acha que o Pix acabou, está só começando", disse ele.
O presidente do BC citou que, no futuro, será possível fazer transferências internacionais via Pix, além de pagamentos programados mais sofisticados e uma integração com o Open Finance. "O Pix pode ser uma identidade digital", afirmou.
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