Ao participar de evento de infraestrutura em São Paulo, Doria, Leite e Casagrande criticam proposta de furar teto para financiar Auxílio Brasil
Reprodução: iG Minas Gerais
Ao participar de evento de infraestrutura em São Paulo, Doria, Leite e Casagrande criticam proposta de furar teto para financiar Auxílio Brasil

Governadores criticaram a debanda do Ministério da Economia, após o pedido de demissão do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt. Segundo o paulista João Doria (PSDB), o ministro Paulo Guedes fica "enfraquecido". O gaúcho Eduardo Leite (PSDB) reconheceu que Funchal e Bittencourt vinham trabalhando pelo ajuste fiscal e que a saída deles é "lamentável".

Doria, Leite e o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) participaram na noite desta quinta-feira do evento Infra GRI Brazil 21, em São Paulo. Eles também criticaram a proposta do governo Jair Bolsonaro de furar o teto de gastos para financiar o programa social Auxílio Brasil, sucessor do Bolsa Família.

Para Doria, as demissões são fruto da "irresponsabilidade fiscal, institucional e com o país":

"Como romper o teto de gastos, ainda que você queira justificar o auxílio emergencial? Faça as reformas, reduza o tamanho do Estado, a despesa pública e faça investimento onde é necessário", afirmou.

O governador paulista citou, ainda, as críticas de investidores internacionais, a queda da Bolsa de Valores e o aumento da cotação do dólar como reflexos do cenário econômico. Segundo ele, a posição de Guedes fica "enfraquecida" neste momento:

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"Ele fica enfraquecido diante de uma posição que não tem anuência majoritária do Congresso Nacional e onde ele perde colaboradores do seu próprio ministério porque são pessoas responsáveis que entendem que é um gesto de irresponsabilidade fiscal você romper o teto de gastos", disse ele.

Leite classificou como "lamentável" o pedido de demissão dos secretários do Tesouro e Orçamento de Guedes:

A gente sabe que precisa dar apoio aos mais pobres através de auxílio e bolsas, mas o que o governo não quer fazer são as escolhas que são próprias de um gestor público. Reformas poderiam ter sido feitas e não foram, privilégios poderiam ter sido combatidos e não foram, gastos poderiam ter sido evitados e não foram. Para poder ter dinheiro para financiar um programa de auxílio forte e consistente", afirmou o governador gaúcho, que continuou:

"Não fizeram nada disso e agora querem abrir mais gastos, isso compromete a credibilidade do país, aumenta a curva de juros, inflação, tudo isso acaba piorando o cenário econômico", completou.

Já Casagrande afirmou que a condução da política econômica tem deixado muitas dúvidas e incertezas no mercado.

"Essas incertezas econômicas na condução da economia e a instabilidade política tem deixado o ambiente brasileiro com muita fragilidade. E isso está provocando esses desfalques na equipe econômica e que alimenta mais incerteza. Isso é muito ruim para o brasileiro, essa incerteza está consumido todo o poder de compra do brasileiro, que já é pequeno para a grande maioria", disse Casagrande.

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